O Centro de Excelência em Inteligência Artificial da Cegid, que correspondeu a um investimento de quatro milhões de euros e tem actualmente pólos em Braga e Lisboa, foi criado este ano para desenvolver soluções de gestão empresarial com tecnologias de IA generativa e exportá-las para os vários países em que a tecnológica actua com um potencial de «exportações potenciais de muitos milhões de euros». Neste hub, é desenvolvido o Cegid Pulse, um conjunto de agentes de inteligência artificial generativa e analítica que oferecem uma nova forma de trabalhar com as soluções de gestão» da empresa.
Pedro Vale, vice-presidente de engenharia para a área de IA e data na Cegid, explica as principais mais-valias desta tecnologia made in Portugal: «Este conjunto de agentes inteligentes aproveita a vasta gama de informação da empresa para apoiar os utilizadores nas suas tarefas, conectar e simplificar os seus processos, aconselhar no contexto do seu trabalho, alertar sobre problemas e fornecer diferentes soluções para resolvê-los»
Assim, estes agentes conseguem realizar análises financeiras e fornecer insights/previsões ou detectar erros no processamento de salários, erros contabilísticos, entre outros e propor como resolver os mesmos, o que significa colaboradores «mais eficientes» e que as empresas conseguem «aumentar a sua competitividade no mercado», sublinha. O responsável acrescenta que o que diferencia o Cegid Pulse é a sua «capacidade de orquestrar múltiplos agentes, especializados numa tarefa ou numa determinada área, para dar resposta aos pedidos do utilizador».
Chegar aos 150 colaboradores
No Centro de Excelência da Cegid estão «reunidos os melhores especialistas» de IA para desenvolver «tecnologia inovadora» para as soluções de gestão da empresa em «todos os mercados»; por isso, o projecto quer também «contribuir para a retenção de talento nacional, valorizá-lo, mostrar seu potencial e posicionar o País como hub tecnológico de última geração», salienta o responsável. Esta unidade «conta com quase cem especialistas focados em integrar a IA nos produtos da empresa», mas há planos para aumentar a equipa: «Estamos num bom caminho para alcançar a meta de 150 especialistas durante o próximo ano 2025».
O responsável lembra que os objectivos são «consolidar a posição de liderança da Cegid em inovação tecnológica» e explica como é que isto vai acontecer: «Estamos comprometidos em explorar novas áreas de aplicação de IA generativa e de outros tipos, potenciando a capacidade funcional dos nossos produtos para ajudar os clientes a elevarem o potencial dos seus negócios, através de soluções de gestão úteis e inovadoras».
Sobre as próximas tendências, Pedro Vale fala em «criar formas cada vez mais simples e naturais de interagir com este tipo software», na hiper-automatização de tarefas e processos «suportadas por estes agentes autónomos, em colaboração com os utilizadores humanos» e na tendência para software (ou agentes) que se «adapta à forma como utilizador trabalha».