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IBM revela que 42% das empresas mundiais já implementou IA no negócio

A multinacional apresentou os resultados do IBM Global AI Adoption Index 2023 aos jornalistas num evento, em Lisboa. O estudo mostra que cerca de 42% das grandes empresas já implementou inteligência artificial, mas que 40% ainda está apenas a explorar esta tecnologia.

APDC | Vítor Gordo - Syncview

O relatório feito pela IBM em parceria com a Morning Consult tem como objectivo saber como as empresas com mais de mil colaboradores estão a «usar a IA, quais as barreiras de adopção, o impacto na força de trabalho e a importância da ética e da governança na inteligência artificial», revelou Ricardo Martinho (na foto), presidente da IBM Portugal. O Global AI Adoption Index, realizado com base em entrevistas a 8584 profissionais de TI de vinte países, revelou que 42% das grandes organizações já implementou activamente IA, enquanto 40% está, neste momento, a explorar o uso desta tecnologia.

Além disto, 38% dos inquiridos referiu que as suas empresas estão a implementar a IA generativa. «Outro ponto interessante é que os países do Oriente estão muito à frente dos países ocidentais. Temos a Índia com cerca de 59% de empresas em estado de implementação, os Emirados Árabes Unidos com 58%, Singapura com 53%, a China com 50%; portanto, acima dos europeus», destacou Ricardo Martinho

A verdade é que Espanha tem apenas 28% de organizações a implementar IA e França ainda menos: 26%. O responsável disse que o país vizinho «ainda está numa fase muito mais exploratória» e que é possível «extrapolar que Portugal esteja abaixo dos 20%, em termos de implementação». De acordo com o estudo, 59% das organizações que implementaram ou exploraram a tecnologia vão aumentar os investimentos ou projectos de IA nos próximos 24 meses.

O facto de as ferramentas de IA se terem tornado mais acessíveis (45%), a necessidade de reduzir custos e automatizar processos-chave (42%) e o aumento da IA embebida em aplicações de negócio prontas a ser utilizadas (37%) são os principais factores que impulsionam a adopção de IA. Por outro lado, as principais barreiras são a lacuna de competências e conhecimento (33%), a excessiva complexidade dos dados (25%), as preocupações éticas (23%), o facto de os projectos de IA serem muito difíceis de integrar/escalar (22%) e o preço elevado (21%).

Ética é fundamental
No seguimento destes dados, foi ainda possível aferir a importância dada à IA responsável, no IBM Global AI Adoption Index 2023. Assim, 85% dos entrevistados concorda significativamente ou em certa medida que grande parte que os consumidores estão mais propensos a escolher serviços de empresas com práticas de IA transparentes e éticas. No entanto, menos de metade está a tomar medidas efectivas para ter IA responsável: apenas 27% se focam na redução de preconceitos, 37% no seguimento da proveniência dos dados, 41% na garantia de que podem explicar as decisões dos seus modelos de IA e 44% no desenvolvimento de políticas éticas.

O presidente da IBM sublinhou que este é, também, um tema fundamental para a tecnológica e que, por este motivo, tudo é desenvolvido com base em «transparência, justiça, equidade e responsabilidade», em que o conceito de ‘não-discriminação’ está «dentro destes quatro grandes factores». Desta forma, a solução de IA para empresas watsonx está dividida em três áreas: watsonx.ai (modelos), watsonx.data (dados e infraestrutura) e watsonx.governance. Esta última é uma «metodologia de governance de fio a pavio que permite às empresas abordar todas as problemáticas relativas com a transparência, a proveniência dos dados, ética e discriminação, entre outras», afirmou o responsável. Ricardo Martinho realçou ainda a importância deste aspecto: «Conseguimos, em qualquer momento, saber (e auditar) de onde vieram os dados, quais as fontes de dados utilizadas, como é que foram trabalhadas, que modelo foi criado, como é que foi criado, que combinações é que foram feitas e o que é que acontece com o modelo. É isso que nos diferencia também em termos de ferramenta, porque não há outras que consigam fazer este tipo de análise de transparência».