O relatório Aprendizagem em tempos de pandemia – uma pesquisa sobre mudanças de mindset realizado pela
consultora de inovação em que participaram 58 players do ecossistema, incluindo fundadores de startups, CEO e diretores de grandes empresas de 14 países, incluindo Portugal, mostra que o mercado digital é ainda considerado um mito para a maioria dos inquiridos (56,9%).
Além disso, o estudo refere que a digitalização do mercado e a transformação digital das empresas ainda têm um longo caminho para percorrer para se tornarem realidade e, no pós-pandemia, o futuro das relações entre empresas, fornecedores, startups e investidores passará por escolhas mais conscientes.
Sobre o regresso gradual à nova normalidade, 34,5% das startups e empresas admite que, mesmo recuperando o seu volume de vendas, terão de reinventar o seu core business e 27% afirma que o seu negócio ainda não é suficientemente digital.
Em relação a previsões para o pós-pandemia, 50% das entidades acredita que as relações B2B entre empresas, fornecedores e investidores irão passar a considerar novos factores ambientais e sociais nos seus processos de compra e investimento, e 36,2% pondera que o consumidor irá tornar-se cada vez mais atento à forma como as empresas produzem e desenvolvem o seu negócio.
Quando questionados sobre o que farão de forma diferente a partir de agora em termos de gestão da inovação, 51,7% dos players do ecossistema afirma, em primeiro lugar, apostar na aceleração da transformação digital, seguido de investimento em novos produtos e serviços (39,7%), digitalização do backoffice (37,9%) e da criação de fundos de manutenção para momentos de emergência (24,1%).
«O cenário de pandemia não só veio despertar uma urgência em inovar e transformar as empresas como veio marcar o início da verdadeira Era Digital. Nos últimos anos, a digitalização tem sido um hot topic, mas será que o mercado sabia verdadeiramente que processos implicava?», questiona Pedro Rocha Vieira, cofundador e CEO da Beta-i.
O responsável revela que COVID-19 veio provar que muitas empresas e startups «não estavam devidamente preparadas para enfrentar um shutdown sem precedentes. Neste sentido, este inquérito mostra como a perceção de um mundo digital precisa de ser trabalhada, e sensibiliza para o tema da reinvenção tecnológica como inevitável neste novo normal».