O Regulamento Europeu de Inteligência Artificial (AI Act) obriga, desde Fevereiro, a que os «sistemas de IA que utilizam algumas das práticas proibidas sejam descontinuados» e a que as empresas tenham um «plano de literacia e sensibilização», explica David Ferreira, head of data, AI & RPA unit da Minsait. Além disso, a partir de Agosto, as obrigações «aplicar-se-ão aos sistemas de inteligência artificial de uso geral, como os LLM», sendo que, dentro de um ano, o AI Act vai estar totalmente em vigor. Neste contexto, a Minsait lançou o serviço AI ACTion, que «pretende orientar as empresas» no sentido de que possam «compreender o nível de vulnerabilidade ética dos seus sistemas de IA, as suas obrigações legais e, acima de tudo, ser capazes de os transformar em práticas concretas dentro da organização, sem diminuir a sua competitividade», revela o responsável.
Análise, acções e ferramentas
Segundo David Ferreira, a «aplicabilidade real das regulamentações por parte das empresas continua a ser, talvez, o maior desafio, pois requer, não apenas o apoio de aceleradores, como mudanças culturais». É por essa razão que a metodologia da Minsait é constituída por três fases: a primeira «envolve uma análise individualizada dos sistemas de IA disponíveis na organização, estudando os seus dados, técnicas, lógica, contexto e impacto, e garantindo que incluem toda a informação exigida pela regulamentação». Na segunda, a organização recebe um «conjunto de práticas de conformidade»; finalmente, na terceira, considerando o trabalho anterior, a Minsait «propõe a cada organização a combinação de componentes técnicas ou ferramentas que permitem aumentar a rastreabilidade, a relevância e a facilidade de utilização para todos os gestores de IA da organização», head of data, AI & RPA unit.
Selos de certificação
O AI ACTion permite que as organizações tenham ainda acesso a dois selos que atestam que os seus sistemas de IA estão de acordo com a legislação europeia: o Certificado de Transparência Algorítmica e o Certificado de Neutralidade. Estes, foram desenvolvidos em conjunto com a Adigital e «são reconhecidos pela OCDE no seu catálogo de ferramentas confiáveis de inteligência artificial». Os dois selos «vêm permitir que as organizações tenham a oportunidade de demonstrar o cumprimento das obrigações estabelecidas pela regulamentação europeia para sistemas de baixo e alto risco», realça David Ferreira.
O responsável acrescenta que a transparência é «essencial para construir confiança nos sistemas de IA», pelo que através da certificação, as empresas «poderão alinhar-se com os requisitos regulamentares, reforçar a sua competitividade e operar de forma responsável e diferenciada em mercados com crescentes expectativas de transparência e explicabilidade algorítmicas».
