Um estudo da IDC mostra que 80% dos CIO em todo o mundo planeiam utilizar a IA e a automação até 2028 para implementar modelos de negócio ágeis e baseados em dados, Mas isto só será possível se os sistemas de TI puderem operar de forma tão inteligente e autónoma, das clouds e aplicações de software até às redes. Como a operadora de Internet Exchange DE-CIX está a contribuir para a infraestrutura digital de amanhã e
Ivo Ivanov, CEO da empresa, explica que «ao disponibilizar serviços de interligação premium e ao operar Internet Exchanges neutros em relação a operadores e centros de dados a nível global». Os serviços da DE-CIX «optimizam e simplificam a infraestrutura de rede, garantindo que as empresas podem lidar com quantidades crescentes de dados e aplicações».
Sobre Portugal, o responsável avança que a DE-CIX Lisboa surgiu como um «hub de interligação global, ligando várias regiões do mundo à Europa. O próspero ecossistema de cabos submarinos e terrestres, juntamente com fortes investimentos em data centers, posiciona Portugal como uma porta de entrada estratégica para a conectividade digital».
Redes mais robustas
A operadora de Internet Exchange esclarece que «tradicionalmente, a implementação de aplicações em sistemas distribuídos exige a combinação e gestão manual dos componentes necessários de vários fornecedores, que é um processo que é demorado e dispendioso». Assim, a DE-CIX usa uma abordagem alternativa ao que tem sido demonstrada pelo Tellus. Este projeto de investigação liderado pela empresa desenvolveu um protótipo de infraestrutura de interligação definido por software, que «permite a integração perfeita de serviços de diferentes fornecedores e garante a conformidade com requisitos específicos de conectividade» e que é «totalmente automatizado ao longo de toda a cadeia de fornecimento de interligação e com base nas normas Gaia-X»
Ivo Ivanov salienta que o projecto Tellus «visa simplificar e optimizar o acesso à cloud para as empresas através do desenvolvimento de uma sobreposição de software que proporciona conectividade de ponta a ponta em clouds de vários operadores de cloud. Esta solução reduz o tempo de activação de serviços de várias semanas para apenas alguns minutos e permite aplicações de baixa latência e sensíveis em termos de tempo, respondendo ao desafio de interligar eficientemente diferentes redes e serviços de cloud sem configurações manuais».
A iniciativa está alinhada com a visão da DE-CIX «para o futuro da infraestrutura digital, melhorando a robustez e a eficiência das interligações de rede», avança o CEO. O Tellus «reforça virtualmente as redes para aplicações em que o tempo é algo sensível e crítico. Esta abordagem responde aos principais desafios da computação na cloud, como a redução do tempo de activação de serviço e a possibilidade de uma conectividade contínua e automatizada». Tudo isto «apoia o objectivo da DE-CIX de criar uma infraestrutura digital mais resiliente e escalável que possa satisfazer as exigências de empresas modernas e tecnologias emergentes como a IA», acrescenta o responsável.
IA está no centro da estratégia
À medida que a IA é incorporada nos produtos, processos e modelos de negócio, os serviços de interligação desempenham um papel cada vez mais crucial. A DE-CIX sublinha que «o sucesso das aplicações inteligentes depende principalmente de duas fases. Durante o treino, a IA processa grandes quantidades de dados localmente para aprender a executar tarefas específicas. Na fase de inferência, os modelos aplicam o conhecimento adquirido, geram previsões e resolvem problemas – geralmente em tempo real e em aplicações descentralizadas», sendo que estudos da Meta revelam que «os modelos de IA passam 33% do seu tempo à espera de redes». Assim, para garantir o melhor desempenho possível das aplicações e serviços digitais, os operadores de infraestruturas digitais estão a explorar« formas de minimizar a latência e, ao mesmo tempo, aproximar fisicamente dados, aplicações, algoritmos e utilizadores»
O CEO revela à businessIT que a «necessidade de baixa latência e elevada largura de banda para aplicações de IA está a ter um impacto profundo no desenvolvimento da infraestrutura digital» e que as « aplicações de IA, particularmente as que envolvem o processamento de dados em tempo real, requerem uma transferência rápida de dados e um atraso mínimo para poderem funcionar eficazmente».
Desta forma, «a procura está a impulsionar o desenvolvimento de soluções de rede mais robustas e escaláveis. A estratégia da DE-CIX centra-se em melhorar a conectividade para suportar estas exigências». Ivo Ivanov «enfatiza a importância de minimizar a latência e maximizar o desempenho através de caminhos directos e de alta velocidade desde a cloud até aos utilizadores finais. Esta abordagem garante que as aplicações de IA podem operar de forma eficiente e fiável, atendendo às crescentes exigências de várias indústrias».
Colaboração é fundamental
No sector industrial, os serviços de interligação da DE-CIX «suportam a integração de tecnologias IoT e Indústria 4.0, melhorando a automatização e a troca de dados». A operadora indica que deve existir uma «maior flexibilidade digital para permitir processos autónomos nas fábricas», já que, «por um lado, as normas, a definição de software e as arquiteturas abertas constituem a base e, por outro lado, a colaboração é fundamental». Desta forma, a DE-CIX, em parceria com outras Internet Exchanges, como a AMS-IX e a LINX, está a desenvolver uma API para automatizar o aprovisionamento de serviços de interligação.
A IX-API possibilita que os operadores partilhem «experiência, conhecimento e custos, garantindo ao mesmo tempo um acesso mais alargado ao mercado». Ivo Ivanov diz que este projecto colaborativo pode «optimizar os serviços de interligação, reduzir a complexidade, melhorar a eficiência e acelerar a adoção de soluções de peering e conectividade automatizadas e escaláveis. Isto beneficia empresas, fornecedores de cloud e fornecedores de serviços que procuram estratégias de interligação integradas e económicas. Quando os operadores IX adotam a norma IX-API, todos “falam a mesma linguagem” e, por isso, garantem uma automatização uniforme para os clientes, facilitando às empresas a gestão da conectividade de rede entre diferentes plataformas IX sem ter de lidar com implementações personalizadas».