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Capgemini: inteligência artificial, energia nuclear e cibersegurança são as tendências para 2025

Num webinar, a multinacional avançou cinco tendências tecnológicas para o próximo ano em que a IA está presente, de uma forma ou de outra, e que foram feitas com base em entrevistas a líderes de empresas, estudos e nos analistas da Capgemini.

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A primeira tendência da empresa para 2025 está ligada precisamente à inteligência artificial generativa e foi explicada por Robert Engels, head of Capgemini global AI lab e consiste em passar de co-pilotos a agentes de IA com raciocínio: «O que vemos é, basicamente, um renovar dos antigos sistemas e o acrescento de IA para se tornarem agentes accionáveis», ou seja, «recebem a descrição de uma tarefa, interpretam-na, dividem-na em subtarefas e usam ferramentas externas para cumprir esse pedido. Em 2024, já vimos as primeiras implementações desta tecnologia».

Na área da cibersegurança, que corresponde à segunda tendência, Marco Pereira, global head cybersecurity da Capgemini, salientou que «há sempre um lado negro e que na IA e a IA generativa não são excepções». Assim, os cibercriminosos foram os «primeiros» a usar esta tecnologia e já não é uma questão de «se se vai ser atacado», mas sim «quantas vezes uma organização vai sofrer violações de dados». A boa notícia, segundo o responsável, é que a IA pode ser usada para «melhorar a cibersegurança, principalmente para melhorar a detecção, a investigação e a resposta a incidentes cibernéticos» por exemplo, «ajudando a detectar botnets e na biometria comportamental».

A terceira tendência está relacionada com a robótica impulsionada pela IA, que Sally Epstein, chief innovation officer da Cambridge Consultants, disse ter o «potencial para mudar os sectores» ao permitir que os robots «realizem tarefas complexas com uma adaptabilidade semelhante à humana». Os LLM vão possibilitar que os robots «aprendam a partir de diversas fontes de dados e se adaptem a vários ambientes com o mínimo de formação»; alguns «modelos vão centrar-se em comportamentos semelhantes aos humanos». Estas competências vão originar uma robótica «verdadeiramente colaborativa», que será o «ingrediente secreto da eficiência organizacional» e que, à semelhança da IA e dos chips, vai ser «encarada como um factor estratégico, a nível global».

Nuclear e novas cadeias de abastecimento
A energia nuclear é outra das áreas que a tecnológica vê a crescer em 2025 dado que os hyperscalers, como a Google e a Amazon, a reconheceram como uma «tecnologia-chave para alimentar os data centers», revelou Paul Shoemaker, nuclear transformation & SMR lead da Capgemini. O responsável acrescentou que o futuro são «pequenos reactores modulares» que têm como uma das principais vantagens a «produção de uma potência fiável». Além disso, «precisam de menos espaço que as energias renováveis, menos água de arrefecimento, podem ser colocados mais perto da procura» e, como são reactores de geração III, há pouco ou nenhum risco técnico na sua implementação». A grande questão é «saber se haverá uma aceitação pública alargada desta tecnologia, especialmente porque estes reactores vão estar cada vez mais perto dos centros populacionais», concluiu.

Por último, a Capgemini falou de novas cadeias de abastecimento, mais ágeis, ecológicas e assistidas por IA. Estas, «enfrentam diversos desafios, como as guerras, a escassez de contentores, as alterações climáticas e a regulação», indicou Emmanuelle Bischoffe Cluzel, sustainability lead – global automotive industry na Capgemini. Para os ultrapassar, as cadeias de abastecimento «têm de passar por duas revoluções, sendo a primeira tecnológica», onde a IA terá um papel crucial para «ajudar a identificar as crises antes de acontecerem e a tomar outras decisões ao longo de toda a cadeia de valor». Por outro lado, está a «colaboração», em que será necessário os «fornecedores trabalharem como elos de uma cadeia» para «antecipar crises, escassez de materiais, criar uma base de dados sustentável para calcular a pegada de carbono e cumprir a regulação».

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