O relatório Ascendant da Minsait (Indra Group) mostra as instituições financeiras já estão a adoptar inteligência artificial nas suas operações. Segundo o estudo, nove em cada dez empresas do sector em causa estão ou vão concentrar os seus esforços na melhoria da gestão de risco e cibersegurança, principalmente através de soluções de software de terceiros.
Além disso, 59% destas organizações já está a utilizar a IA para casos de uso específicos, nomeadamente nas áreas de cibersegurança, processamento de transacções, gestão de risco e compliance e serviços de consultoria, e 53% usam a tecnologia para melhorar a experiência do cliente ou do utilizador interno.
O relatório, feito com base em informação facultada por mais de 900 organizações de vários países incluindo Portugal, destaca ainda que quase metades das entidades participantes já têm capacidade para captar dados em tempo real, sendo que 27% obtêm tanto dados não estruturados (imagens, vídeos e texto livre…) como dados estruturados.
Em 55% dos casos, os dados são habitualmente captados de forma tardia ou sem supervisão do utilizador (o chamado modelo batch). Apesar disso, nove em cada dez empresas já utiliza inteligência artificial para analisar a informação e retirar conclusões, identificando determinados padrões. Na grande maioria das empresas analisadas no estudo, observa-se também um elevado grau de intervenção humana na aplicação interna de modelos de IA.
Entre as principais motivações para adopção da IA por parte das empresas do sector financeiro estão a eficiência e optimização dos processos internos (72%) , seguido da melhoria do processo de tomada de decisão baseado em dados (34%) e melhorar a experiência do cliente ou do utilizador interno (31%).
Relativamente às barreiras ou factores que atrasam a aplicação da inteligência artificial, o estudo refere a falta de capacidade e de recursos internos, a falta de conhecimentos tecnológicos, a falta de capacidade dos recursos disponíveis para TI e a ausência de um modelo robusto de governance dos dados, assim como a qualidade dos dados e a aversão à mudança, bem como a dificuldade de adaptação às mudanças que estes processos implicam.
Miguel Simões, director de serviços financeiros da Minsait em Portugal, explica que a inteligência artificial é «um recurso crucial para modernizar os modelos de negócio, proporcionando eficiência e personalização de forma extremamente rápida. Esta transformação vai muito além do sector financeiro, abrangendo todas as áreas de actividade e acelerando a nossa maneira de viver».