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IA generativa molda o futuro do sector bancário

O sector bancário está a transformar-se rapidamente, com instituições em todo o mundo a adoptarem esta tecnologia para melhorar a eficiência operacional, a personalização de serviços e a gestão de riscos. Apesar dos desafios de integração e de adaptação organizacional, os bancos estão a registar resultados significativos na automação de processos, no suporte ao cliente e na conformidade regulatória. A segurança e a privacidade dos dados são prioridades, enquanto as empresas se preparam para um futuro onde a IA desempenhará um papel central na inovação e no crescimento sustentável.

Rawpixel/Freepik

«Através de machine learning preditivo, conseguimos obter bastante impacto nas áreas de marketing e vendas, permitindo, quer nas fábricas digitais, quer na venda proactiva, focar contactos em clientes com interesse nos produtos, reduzindo o ruído de comunicações descontextualizadas e aumentando a posse de produtos e envolvimento com o banco», sustenta o responsável. «Obtivemos impactos significativos na gestão do risco, por exemplo, desenvolvendo modelos de early warning e que antecipam em 180 dias, com elevado rigor, que clientes poderão vir a estar em risco de incumprimento, o que permite mobilizar esforços para os apoiar e ajudá-los a ultrapassar dificuldades, e também na área de compliance, onde reduzimos de forma significativa o impacto dos falsos positivos inerentes aos processos tradicionais de alerta e controlo», destaca Ricardo Chaves. O director do centro de excelência em inteligência artificial do BPI diz ainda que o banco está a poucos meses de obter poupanças operacionais relevantes através da utilização de IA na gestão documental.

Os benefícios da implementação da IA
O BPI considera que o maior impacto da IA na instituição reside na transformação do negócio, no denominado ‘change management’. Ou seja, na «incorporação da adopção da IA como um desígnio estratégico do banco e na mudança integral da forma como servimos o cliente e fazemos as coisas». Ricardo Chaves alerta para o facto de muitos caírem no erro de pensar que a IA é um desafio tecnológico: «É, sobretudo, um desafio de levar o banco a actuar de forma totalmente diferente, alavancando o potencial que a IA traz para transformar a forma de trabalhar e, no limite, eliminar um conjunto de tarefas, processos e recursos que se tornam supérfluos perante formas mais “inteligentes” de trabalhar». Segundo o mesmo, este é um caso «raro» em que uma tecnologia, se bem aplicada, permite simultaneamente fazer mais e melhor para o cliente e com menos recursos, com mais eficiência.

Os maiores desafios enfrentados
Ricardo Chaves acredita ser necessário mudar comportamentos e convicções, o que requer uma «enorme» generosidade, coordenação espírito de equipa: «Outro grande desafio é a angariação de talento especializado. A nossa decisão de criar a academia DTI, focada na formação de data scientists e business translators (analistas de negócio capazes de apoiar o processo de transformação com IA), dando-lhes as ferramentas e a formação on the job necessárias para rapidamente estarem aptos a participar, com papéis de relevo, na transformação do banco com inteligência artificial». O director lembra que o BPI já organizou duas edições, com vários desses jovens já inseridos nas equipas de inovação na área da Web3 e inteligência artificial. «É muito positivo conseguir atrair esse tipo de talento», destaca Ricardo Chaves.

O BPI tem feito um investimento significativo em tecnologia e vai continuar a fazê-lo garante o executivo, justificando a sua afirmação como o facto de, devido à importância crescente da IA e inovação nos serviços financeiros, o banco ter, no início de 2022, dois centros de competências focados em trazer novas capacidades e tecnologias em áreas como a Web3, IA, DeFi, além de dinamizar a sua evolução e integração em todo o banco: «O Centro de Excelência de Inteligência Artificial tem a missão de promover uma transformação transversal às várias áreas do banco. Esta, passa, não só pela disponibilização dos modelos de IA, mas também pelo apoio às áreas na transformação dos processos de negócio que são indispensáveis para que esta transformação seja efectiva e tenha impacto».