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Dados são a principal barreira na implementação de IA nas empresas nacionais

Um estudo da Minsait mostra que, em Portugal, 90% das empresas vê a eficiência como o principal motivo para a adopção da inteligência artificial e que 39% considera que os dados são a barreira mais evidente na implementação dessa tecnologia.

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O Ascendant Digital 2024 da Minsait, que este ano teve o tema ‘IA: Uma revolução em curso’ revela que apenas 10% das organizações, a nível global, têm um plano de IA totalmente integrado nas suas estratégias de negócio. O relatório, que inquiriu novecentas empresas do Sul da Europa e da América Latina, traça o cenário relativo à adopção da inteligência artificial e a sua evolução nas organizações. Vasco Mendes de Almeida, director de estratégia e inovação da Minsait em Portugal, revela que a principal conclusão do estudo: «Com a crescente presença da IA no mundo empresarial e tecnológico, as empresas já começaram a definir as bases para incorporar este recurso nos seus processos e poderem capitalizar todo o seu potencial de crescimento».

A nível nacional, 90% das empresas diz que a optimização das operações e a redução de custos são as razões pelas quais vão adoptar soluções de inteligência artificial. Outros motivos apontados são o crescimento comercial (37% – usando a tecnologia para o incremento de vendas pela melhoria da oferta e através do conhecimento dos clientes sendo que, a nível global, este factor é referido apenas por 25% dos inquiridos); a experiência do cliente (32%); posicionar-se como uma empresa inovadora (24%); e oferecer um novo modelo de negócio (20%).

Dados, infraestrutura e competências
Um dos principais obstáculos para a implementação de IA nas organizações nacionais são os dados, nomeadamente os silos de conhecimento, a falta de modelos avançados de governo e a gestão de dados. Esta é a razão é apontada por 39% das empresas, um valor idêntico às que identificam a falta de uma infraestrutura tecnológica adequada como uma barreira para a adopção da inteligência artificial. Vasco Mendes de Almeida explica que os «modelos e soluções de IA têm por base os dados» e que «a correcta gestão/estrutura de dados é um catalisador para o sucesso, e retorno, da implementação» da tecnologia. É por isso que o director de estratégia e inovação da Minsait em Portugal considera «natural e saudável que esta seja uma das primeiras preocupações das organizações que querem avaliar a aplicação de IA como indutor de eficiência na sua cadeia de valor». O responsável acrescenta que, «além da experiência acumulada que a Minsait tem na governação de dados», a empresa «tem desenvolvido modelos próprios, sejam sectoriais sejam multi-sector, direccionados para dar apoio à sólida implementação dos modelos de IA».

As empresas nacionais indicam que os outros factores que estão a comprometer a adopção da tecnologia são a falta de talento qualificado (34%) e a ausência de uma visão clara/de compromisso da gestão de topo (32%). O estudo revelou ainda que 17% das empresas nacionais têm falta de capacidade de investimento sendo essa uma barreira na integração de inteligência artificial.

Já ao nível da aplicação da IA no meio empresarial, destacam-se o design de produtos e serviços, referido por 93% dos entrevistados, seguido da estratégia e operações do cliente, com 85% cada. Além disso, foram ainda referidas as operações relacionadas com vendas (80%), RH (76%), TI e as questões relacionadas com a sustentabilidade e responsabilidade social (73%).