Empreendedorismo

SheerME quer ser a “super-app” de referência de bem-estar e beleza

A startup portuguesa desenvolveu uma app para fazer marcações que ajuda o sector da bem-estar e beleza a fazer a sua transformação digital. A SheerME usa também IA generativa para adequar os serviços aos clientes e quer «ter um milhão de utilizadores nos próximos 18 meses».

A sheerME nasce da experiência e conhecimento dos seus fundadores e Miguel Alves Ribeiro, CEO e co-founder da startup, explicou à businessIT, isso mesmo: «Durante treze anos tivemos a implementar marketplaces na área da restauração em vários países diferentes e sentimos que havia uma oportunidade na área de beleza e bem-estar, já que o sector percebia a importância do digital, mas não tinham feito a transição. O consumidor queria fazer uma marcação num domingo à noite e não podia. Assim, criamos uma “super-app” com tecnologia virada para o utilizador em que ajudamos as pessoas a cuidarem de si de uma forma fácil e simples. Também temos uma wallet em que cada vez que gastam dinheiro, recebem dinheiro de volta para incentivar a utilização».

A verdade é que o mercado respondeu bem à solução e foi um sucesso, contribuindo para o crescimento do negócio dos parceiros da startup, como salienta o empreendedor: «Aumentámos o número de novas marcações em 45%, o ticket médio em 35% e a frequência de utilização em 27%. Quando os comerciantes começam a ter acesso a estes números valorizam o que estamos a fazer».

Em Portugal, a plataforma tem «mais de 102 mil utilizadores e mais 3200 comerciantes» que oferecem «mais 150 mil serviços que podem ser marcados em mais de vinte categorias» e há um pouco e tudo, cabeleireiros, barbeiros, massagens, escolas de surf, nutricionistas, personal trainers e até experiências com jet skis.

IA traz novas funcionalidades
A evolução da sheerME tem sido constante e a startup tem novidades que resultam da integração de inteligência artificial generativa na plataforma. Miguel Alves Ribeiro, esclareceu quais são as novas funcionalidades e de que forma estas ajudam consumidores e comerciantes:

«Começamos a usar IA generativa para conseguir ajustar o conteúdo a cada um dos nossos utilizadores e isso é grande inovação. Estamos a aprender com a utilização do cliente, por exemplo, o que pesquisa, os gostos e as marcações e damos, não só opções de serviços próximos, como de serviços complementares e adequamos as sugestões ao valor que têm na wallet. Para os comerciantes, estamos a construir uma plataforma com IA generativa em que vamos recolher as opiniões deixadas pelos utilizadores e as melhores fotografias e sugerir conteúdos para publicarem nas redes sociais. Na verdade, geramos posts e stories com IA generativa e como temos integração directa com a Meta, é só carregar num botão e vai logo para as redes sociais».

Crescer em todos os mercados
A sheerMe está actualmente presente em Portugal, Espanha e no Brasil, mas o plano de internacionalização não vai ficar por aqui e segundo o CEO da startup, a ideia é, em 2024 lançarem a app «no mínimo em dois países e no máximo em quatro». Quanto a mercados-alvo, os EUA e a Colômbia são as preferências e Miguel Alves Ribeiro destacou os motivos para estas escolhas: «Vamos arrancar pela Flórida. Escolhemos o sul dos Estados Unidos devido à proximidade que tem da América Latina. É um desafio, mas acreditamos que há uma oportunidade para um first moover já que as outras startups vão para as costas Oeste e Este. Já a Colômbia é porque tem muita frequência de utilização e porque já temos a plataforma em espanhol. O nosso core são os países de língua oficial portuguesa e espanhola».

A sheerMe tem uma equipa de 35 colaboradores e «até ao final do ano quer chegar aos 40 profissionais»; para isso vai iniciar um processo de recrutamento «no Brasil». As perspectivas são ambiciosas e claras: «No futuro queremos ser a “super-app” de referência de bem-estar e beleza e queremos ter um milhão de utilizadores nos próximos dezoito meses».

Além disso, a startup também pensa em diversificar já que «não há uma app de marcações em outras áreas» e o responsável acrescentou que a sheerME tem «potencial» para isso já que «a horizontalidade do negócio é escalável» e até já pensaram em serviços para animais como «pet groomming». No entanto, não é ainda claro em que momento esta evolução do negócio irá acontecer.