A startup portuguesa de food-tech nasceu em plena pandemia porque, na altura, existiam «elevadíssimos tempos de espera» nos restaurantes. Paco Rodriguez, head of growth da pleez explica que, «como resposta a esta necessidade», desenvolveram «um menu inteligente, que possibilitava aos clientes ler o menu com um QR code, fazer o pedido e pagar no final».
Mas a startup não ficou por aí: a solução evoluiu e transformou-se, dado o fundador ter encontrado um novo problema, salienta o responsável: «Muitos restaurantes foram forçados a concentrar o negócio nas plataformas de delivery, mas a maioria não tinha experiência nas vendas online. A pleez percebeu que também aqui podia inovar, aproveitando os dados de consumo que estão ‘por detrás’ das plataformas de delivery e que até então ninguém usava».
Assim, a startup criou um algoritmo que «recolhe em tempo real os dados e permite uma análise rigorosa e profunda» do negócio, apresentado recomendações que «ajudam os restaurantes a melhorar a gestão de menus e a optimizar as vendas». Paco Rodriguez faz uma analogia entre a restauração e a actividade da empresa: «Se os chefs misturam ingredientes para criar sabores e texturas, a pleez cruza dados para devolver informação com significado relevante para os clientes». O head of growth destaca ainda as mais-valias da solução da startup: «O que nos torna únicos e especiais é o facto de assegurarmos o processo de optimização da presença nas plataformas de delivery do início ao fim. A maioria das empresas deste sector limita-se a fornecer dados agregados sobre o mercado de delivery e algumas ainda se aventuram no dynamic pricing».
Transformar a restauração em todo o mundo
A internacionalização «faz parte do ADN da pleez» e Paco Rodriguez realça que «dois meses depois de o algoritmo ter sido lançado em Portugal», a startup «abriu um escritório em Espanha». A escolha foi simples, já que se trata de um país com «hábitos de consumo semelhantes, mas com a vantagem de ser quase sete vezes maior. É o terceiro maior mercado de delivery da Europa, sendo, por isso, ideal para testar e para escalar soluções», esclarece o responsável.
A pleez entrou, entretanto, no Reino Unido, dado «ser o maior e mais competitivo mercado de delivery da Europa, onde estão os grandes investidores de food tech». Mas a startup portuguesa já tem planos para o futuro: «Nos próximos três anos, queremos rumar a França (o segundo maior mercado da Europa) e aos EUA (o maior mercado do mundo), pois são dois países com comportamentos semelhantes aos mercados actuais e apresentam enormes oportunidades de crescimento».
Além da internacionalização, a pleez conta «aumentar bastante a sua equipa e de forma significativa o número de restaurantes clientes». Por outro lado, os planos da empresa passam ainda por estar «totalmente integrada nas principais plataformas de entrega existentes na Europa», apostar no «desenvolvimento de novas funcionalidades do algoritmo» e também em «inteligência artificial aplicada aos insights enviados aos restaurantes», sublinha Paco Rodriguez.
O responsável explica que, para lá das recomendações standard que a IA já elabora desde Abril, o objectivo é que «consiga fornecer recomendações mais complexas, sobretudo a nível de promoções». A ambição é tornar-se a «maior plataforma do mundo a nível de agregação e de gestão de dados e, deste modo, passar em breve de startup a unicórnio». Até ao final do ano, a pleez quer estar presente em 233 restaurantes em Portugal, 454 em Espanha e 81 no Reino Unido.