A Rauva foi fundada em 2022 e «depois de dez meses de desenvolvimento», lançou, em Abril deste ano, a sua “super-app” empresarial. O CEO e co-fundador da fintech, Jon Fath, explica que através das suas «experiências prévias», que incluem uma passagem pelo Bunq (um dos maiores bancos digitais da Europa), se apercebeu de que há um «número crescente de pessoas que se querem tornar empresários ou trabalhadores independentes» e que, «em vez de terem soluções desenhadas para eles, encontram diversos obstáculos». Entre estas dificuldades, o responsável refere a falta «soluções de gestão financeira» para empreendedores, PME e freelancers e que os sistemas «não estão integrados e requerem configurações manuais»; por isso, os «gestores acabam por gastar mais de dez horas por semana em papelada administrativa, além de terem de conhecer e garantir o cumprimento de toda a regulamentação fiscal». A Rauva surge exactamente para lidar com estes desafios, criando «um impacto real» e tornando o empreendedorismo «acessível a todos», diz Jon Fath.
A escolha de Portugal para a sede aconteceu por diferentes razões, entre as quais o facto de o País ter um mercado com «enorme potencial» (já que «99,9% do tecido empresarial» é constituído por «1,4 milhões de PME e 700 mil trabalhadores independentes») e por haver um «claro crescimento no sector das fintech», esclarece o CEO e co-fundador da Rauva. A aplicação da Rauva está acessível através da App Store e da Google Play, com uma oferta de diversos planos, em linha com as necessidades dos empreendedores.
De uma app para um banco
O CEO destaca que a ferramenta da startup «ajuda a reduzir significativamente o tempo gasto em processos burocráticos» e salienta que a Rauva é diferente por ser a «única solução integrada em Portugal que permite fazer pagamentos, emitir cartões de débito, enviar facturas em conformidade com a Autoridade Tributária, ter o negócio monitorizado por contabilistas, gerir despesas e ter os pagamentos recebidos automaticamente associados à factura enviada». Por outro lado, para quem ainda está a começar e não criou legalmente a empresa, a fintech oferece este serviço com a «ajuda de advogados».
Actualmente, a Rauva tem uma equipa de 34 profissionais que, enquanto empreendedores, «sentiram na pele as dores que estão a tentar resolver e têm as competências certas para desenvolver diferentes soluções de forma mais eficaz», realça Jon Fath. Mas há planos de crescimento que implicam «chegar às cinquenta pessoas até ao final do ano» e uma ambição de internacionalização – apesar de o foco estar, neste momento «em Portugal», o objectivo da Rauva passa por ser uma empresa com um «impacto global», com a expansão para outros mercados nos «próximos anos», havendo planos de «entrar e crescer na Região Mediterrânica, em países como Espanha, França, Itália e Grécia».
Recentemente, a Rauva comprou o Banco Empresas Montepio (BEM), uma aquisição que faz parte da estratégia da fintech para o futuro: «Estamos a trabalhar para criar o primeiro banco de negócios global com a oferta de serviços mais completa, integrando também serviços de contabilidade, jurídicos, bancários, pagamentos, crédito e educação – soluções que são essenciais para iniciar, operar e fazer crescer qualquer negócio. O primeiro passo já foi dado, com o acordo de aquisição de 100% das acções do BEM» ao Montepio.