A PagerDuty é uma empresa que faz gestão de operações digitais e que iniciou operações em Portugal em 2021. Jennifer Tejada, CEO, anda a fazer um périplo pelas várias localizações onde a tecnológica tem escritórios e Lisboa não foi excepção. A responsável revelou a política da PagerDuty quando escolhe novos locais: «Somos muito intencionais quanto às regiões que escolhemos para procurar talentos e criar massa crítica. O que importa é onde está o talento e a forma como se envolve. Todos os nossos hubs têm um papel global. Não se limitam a servir o mercado local onde estão, têm responsabilidades globais e consideramos que esse factor é muito importante».
Sobre a escolha de Portugal, Jennifer Tejada disse que a PagerDuty fez um estudo com «mais de cem cidades» e que Lisboa «emergiu rapidamente como uma das cinco primeiras». a CEO salientou que o processo de selecção teve vários parâmetros: «Na Europa, procurámos especificamente uma cidade inovadora, que tivesse acesso a talentos técnicos jovens, com boas instituições universitárias e que fosse atractiva para pessoas de outros países europeus. Além disso, tinha de ser uma cidade que estivesse à distância de um voo directo da América do Norte».
A responsável acrescentou que, quando chegou à empresa, em 2016, a PagerDuty tinha apenas dois escritórios em São Francisco e Toronto e que, neste momento tem hubs, além de Lisboa, em «Atlanta, Londres e Sydney e pequenas subsidiárias-satélite na Alemanha, em França, nos EUA (Boston e Seatle) e na Austrália (Melbourne)».
Uma equipa de sucesso
Jennifer Tejada explicou que a estratégia da empresa passa sempre por «encontrar um grande líder» a nível local; no País, foi João Freitas, ex-CTO da startup Defined.ai, que assumiu o cargo de director-geral e engineering site lead da PagerDuty Portugal. A CEO enalteceu o profissional português: «O João fez um excelente trabalho e conseguiu criar uma grande equipa que tem agora mais de cem colaboradores muito talentosos».
A responsável disse que a operação «começou com o desenvolvimento de software»; hoje, é «uma das equipas mais inovadoras» da empresa, foi evoluindo e é actualmente constituída por «várias pessoas da área financeira, de auditoria interna, marketing, da área de apoio ao cliente».
A CEO sublinhou que o director-geral também fez um «trabalho espectacular» em relação a transmitir a cultura da PagerDuty: «Os nossos valores são defender o cliente, assumir a liderança, não esperar para ver o que o resto do mercado está a fazer, criar um ambiente inclusivo, diverso e equitativo. Isto permite inovarmos mais rapidamente por termos pessoas de diferentes origens, etnias, línguas, experiências de aprendizagem diferentes, que se juntam para compreender realmente os problemas dos nossos clientes. Isso tem sido certamente uma vantagem à medida que criamos produtos e serviços, em especial ligados à IA generativa».
Continuar a investir em Lisboa
João Freitas confessou estar «orgulhoso» do desempenho da equipa nacional: «Conseguimos desenvolver software muito importante para a empresa, crescemos para os números que pretendíamos e causámos impacto. O facto de sermos um centro global, no sentido em que contribuímos globalmente para o que a empresa está a fazer, também é muito importante. Estamos envolvidos nas recentes iniciativas de inovação relacionadas com a inteligência artificial generativa e fomos responsáveis pelo PagerDuty Status Pages, que permite aos clientes dos nossos clientes perceberem como estão os serviços, se estão online ou não, e que os ajuda a comunicar com os seus clientes. Isto traz muito valor, por isso estamos muito orgulhosos do que a equipa fez até agora».
A CEO da PagerDuty assegurou que a empresa vai continuar a investir em Portugal: «Continuaremos a criar uma equipa global, multifuncional e com vários departamentos em Lisboa. Vamos continuar a investir devido ao acesso a talento técnico e para estarmos mais próximos dos nossos clientes».
Jennifer Tejada lembrou ainda que a PagerDuty é uma empresa pública, cotada em bolsa, pelo que apenas pode revelar dados financeiros globais. Assim, só se sabe que o hub de Lisboa «superou as expectativas», mas tendo sido possível apurar o valor exacto do peso do mercado nacional no volume de negócios da tecnológica.
IA generativa é o futuro
Jennifer Tejada afirmou que a IA generativa vai permitir «acelerar os negócios, melhorar a eficiência» e colocar as empresas «mais tradicionais em pé de igualdade» com organizações de sectores mais avançados, como é o caso do «tecnológico». A CEO disse mesmo que esta será a «maior transição tecnológica a que assistiu e vai assistir durante a sua vida», assim como «extremamente importante» para a PagerDuty: «A IA generativa vai criar automaticamente mais software, mais complexidade e tornar mais difícil, para os nossos clientes ,de gerir as operações digitais. Isso é uma boa notícia pois é isso que fazemos (gestão de serviços digitais). Também vai ajudar a comunidade de programadores, uma vez que os liberta para criarem produtos e serviços mais interessantes e mais inovadores».
Contudo, a CEO advertiu que é preciso ter em conta as questões éticas e que, na empresa, «todos os produtos de automação, incluindo os recursos de IA generativa têm de ter um humano presente no processo». Por outro lado, Jennifer Tejada referiu que há também um especial cuidado com tudo o que desenvolvem: «Os nossos clientes esperam um elevado nível de exatidão e veracidade na informação que lhes fornecemos, em especial, em momentos muito importantes e críticos e por isso somos muito cuidadosos e testamos exaustivamente o funcionamento dos nossos produtos de IA generativa».