A MyCareforce nasceu durante a pandemia, de uma necessidade, como explica Pedro Cruz Morais, co-Fundador & co-CEO da startup: «Apercebemo-nos de que havia uma lacuna no mercado relacionada com a dificuldade das unidades de saúde comunicarem eficientemente com os profissionais de saúde». Assim, o empreendedor e co-fundador/co-CEO, João Hugo Silva, decidiram que a solução passaria por uma ferramenta que «conseguisse ligar as duas partes» e que iriam «resolver o problema, tirando partido da tecnologia». O resultado foi uma solução que permite que as unidades de saúde (hospitais, clínicas, laboratórios, residências seniores ou unidades de cuidados continuados) «publiquem turnos e recebam candidatos». Isto permite um “match” entre profissionais e turnos, que contribui para um melhor funcionamento do sector e para a missão da startup: ‘Fill every shift’ (em tradução livre, ‘preencher todos os turnos’).
Vantagens para todos
Pedro Cruz Morais revela que a criação e gestão de horários nas instituições de saúde é uma «verdadeira dor de cabeça», que consome «cerca de 30% do tempo do enfermeiro responsável» e que, «quase sempre», leva a uma «sobrecarga dos profissionais internos». Por outro lado, muitas vezes, os turnos «ficam por preencher, levando a falhas nos serviços», o que tem implicações na actividade das unidades e no tratamento dos doentes.
Com a MyCareforce, as instituições de saúde têm «maior autonomia e controlo na publicação de horários e na escolha de profissionais, preenchendo directamente as necessidades e fazendo uma gestão de facturação e pagamentos integrada e simplificada», refere o co-fundador. O responsável diz que a startup tem uma base de mais de «12 200 enfermeiros da Ordem e mil técnicos auxiliares de saúde», profissionais que também vêem benefícios na plataforma: «Têm maior flexibilidade e controlo das suas vidas profissionais, já que decidem onde e quando desejam trabalhar, candidatando-se autonomamente às vagas do seu interesse, com maior controlo dos seus horários e rendimentos», explica Pedro Cruz Morais.
Crescimento contínuo
A MyCareforce conta hoje com «dezassete colaboradores» e quer recrutar mais «sete profissionais até ao final do ano, principalmente nas áreas de tecnologia, vendas e apoio», para continuar a crescer, como tem acontecido nos últimos dois anos. A startup deu início ao processo de internacionalização no início de 2023, com a entrada no Brasil. O co-CEO explica por que motivo escolheram este país: «O mercado brasileiro, à semelhança de Portugal, tem enormes necessidades de agilidade nos processos de recrutamento e preenchimento de horários por parte de enfermeiros e técnicos auxiliares de saúde».
A MyCareforce trabalha com «mais de 150 empresas de saúde, incluindo o grupo José de Mello Saúde, Grupo Trofa Saúde, SAMS e diferentes unidades do SNS», sublinha o responsável.
Os próximos planos também estão já traçados, destaca Pedro Cruz Morais: «Queremos continuar a crescer em ambos os mercados onde estamos a operar. Só em Portugal existem cerca de oitenta mil enfermeiros activos e na Ordem, pelo que temos ainda um caminho pela frente para crescer a base de utilizadores. Do lado das unidades, estamos a dar passos importantes na colaboração com o SNS, pelo que prevemos a inclusão de mais unidades de saúde ainda este ano. No mercado brasileiro, queremos dar os primeiros passos e chegar ao final do primeiro ano de actividade com dez mil inscrições de enfermeiros na plataforma e às setenta mil horas trabalhadas».
