O GS1 Portugal Innovation Summit «visa promover a reflexão sobre a inovação e debater como esta pode servir a competitividade da comunidade empresarial, a sustentabilidade e a transcrição digital, mas também a antecipar tendências», explicou João Guimarães, director executivo da GS1 Portugal.
Outro dos objectivos passa por «promover a partilha de conhecimento entre associados e parceiros» e mostrar como as novas tecnologias, entre as quais, a IA, «estão a trazer valor aos negócios», salientou Luís Figueiredo, director de tecnologia e estratégia de inovação da organização. Foi isto mesmo que a Microsoft abordou na sua intervenção sobre a inteligência artificial generativa no retalho.
Fernando Marçal, lead AI sales team da Microsoft Portugal, referiu que este é a altura «mais transformacional dos últimos anos, dado o potencial desta tecnologia». O responsável disse que a inteligência artificial generativa não se «destina apenas a grandes empresas, mas a organizações de qualquer dimensão», havendo assim uma «democratização da tecnologia».
A IA generativa vai tornar o retalho «mais resiliente e eficiente» devido ao seu poder de «analisar grandes volumes de informação, sumarizar e identificar tendências», o que vai ajudar os retalhistas a «identificar oportunidades e antecipar as adversidades». Além disso, vai «permitir novas experiências, por parte do cliente, que aumentam a conversão e geram novas formas de receita» e a possibilidade de «optimizar processos» em todas a operação e as «cadeias de abastecimento ao identificar ineficiências, antecipar procuras e reduzir o desperdício e os custos».
O poder da transformação<
Segundo um estudo da eMarketer, os casos de uso de IA generativa que mais têm conseguido gerar receitas para o retalho são ao nível de «melhorias na pesquisa, chatbots, personalização extrema, análise de dados menos estruturados, como o caso de imagens, e na tradução». Fernando Marçal deu vários exemplos de como isto está a acontecer: a Shopify está a usar a tecnologia para «revolucionar a pesquisa através da conversação, em que o cliente descreve o que se procura em vez de usar palavras-chaves». Este será, brevemente, o «standard das pesquisas», disse.
O responsável referiu também a «geração de conteúdos promocionais com descrições que melhoram o SEO ou a possibilidade de se ter um assistente de compras virtual e personalizado». Outro caso referido por Fernando Marçal foi a CarMax que está a «usar a personalização extrema» para ampliar as vendas e a «sumarização de feedback e opiniões para que os utilizadores tenham acesso ao que é realmente importante» sem que tenham de ler centenas de comentários.
A tecnologia pode ainda auxiliar as marcas do retalho a aumentar o reconhecimento, o envolvimento e as compras, com recurso a «campanhas de marketing e conteúdos de imagens personalizados». Por último, talvez o caso de uso mais comum, a «utilização de chatbots, quer para ajudar a usar os serviços, como a AMA (que tem avatares de IA semelhantes a humanos para dar resposta a questões), quer como agentes de call-centers, para facilitar o trabalho dos operadores». O responsável deixou ainda um conselho às empresas do sector: «Não ignorem esta tecnologia e vejam que casos de uso se adaptam melhor à vossa organização».