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Data Mesh: revolução na descentralização dos dados 

A implementação do Data Mesh, uma abordagem inovadora para arquitectura de dados, tem ganho espaço nas empresas de diversos sectores, prometendo transformar a maneira como lidam com a organização e o processamento de dados. Especialistas e líderes do sector apontam para uma rápida evolução na adopção dessa nova abordagem e os seus impactos no cenário corporativo.

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Num mundo cada vez mais digitalizado e dependente de dados, as empresas e organizações enfrentam desafios crescentes para gerir, processar e tirar proveito das informações disponíveis nos mais diversos suportes e sistemas que têm ao seu dispor. Segundo os especialistas, a abordagem tradicional, centralizada na gestão de dados tem-se mostrado inadequada para lidar com a complexidade e a escala das actuais necessidades. É nesse cenário que surge o Data Mesh, uma proposta inovadora criada por Zhamak Dehghani, que promete revolucionar a forma como as empresas lidam com a arquitectura de dados. Por definição, o Data Mesh baseia-se em seis princípios fundamentais que norteiam a sua implementação e funcionamento. O primeiro é a descentralização: ao contrário dos sistemas centralizados, o Data Mesh distribui a responsabilidade pela gestão e processamento de dados entre várias equipas, permitindo uma maior flexibilidade e colaboração. Outra característica importante é a orientação ao domínio. Ou seja, a arquitectura é organizada em torno de áreas de negócio específicas, com equipas dedicadas a gerir e fornecer dados dentro dos seus respectivos domínios. Os especialistas defendem que esta abordagem promove uma melhor compreensão e apropriação dos dados, facilitando a comunicação entre as equipas.

O Data Mesh trata os dados como produto, o que significa que as equipas são responsáveis por entregar dados de alta qualidade, acessíveis e confiáveis. Uma visão de produto que, garantem os entendidos, incentiva a responsabilidade, a transparência e o foco na experiência do utilizador final.

O conceito de auto-atendimento também é central para o Data Mesh: as equipas podem aceder e consumir dados de forma autónoma e eficiente, através de interfaces padronizadas, sem depender de especialistas em dados.

A infra-estrutura de dados é tratada como uma plataforma que oferece recursos e ferramentas para a criação, gestão e consumo de produtos de dados, uma abordagem que inclui a automação de processos e a padronização de práticas de engenharia de dados, garantindo agilidade e qualidade.

Por fim, o Data Mesh promove a governança descentralizada. Cada equipa gere e governa os seus próprios dados, seguindo padrões e princípios acordados. Isso permite que a governança se adapte às necessidades específicas de cada domínio, sem comprometer a consistência e a conformidade.

Mudança cultural e de mentalidade
A implementação do Data Mesh requer uma mudança significativa na cultura e mentalidade das empresas e equipas. «Ao descentralizar a gestão de dados, é necessário que os colaboradores adoptem uma visão de dados como produtos e assumam responsabilidades antes centralizadas em equipas especializadas», disse, à businessIT, Miguel Andrade, consultor especializado em Big Data. Para superar esse desafio, é «fundamental investir em formação e consciencialização, promovendo a comunicação e a colaboração», relembrando que «as mudanças culturais e de mentalidade são, na maioria das vezes, o maior entrave ao desenvolvimento ou adopção de um novo sistema ou conceito».