Reportagem

CHRLY quer mudar a forma como se olha o talento e trazer mais inovação às empresas

A multinacional anunciou a sua primeira corporate startup, através da qual quer ir «mais além» no que diz respeito ao talento tech, fomentar o intraempreendedorismo e a inovação.

Foi no Coletivo 284, em Lisboa, que a Fujitsu apresentou a sua startup associada ao talento tech, a CHRLY. Carlos Barros, director-geral da multinacional que opera em Portugal há mais de quarenta anos, explicou que a empresa decidiu criar uma startup ligada a este tema, já que o mesmo é «transversal a toda a organização». O responsável salientou que a CHRLY quer «olhar para o talento de outra forma, integrando-o, envolvendo-o no futuro da organização e dando-lhe oportunidades de crescimento».

Carlos Barros referiu que a startup quer que o talento se sinta «tratado de uma maneira diferente e não como uma transacção» e que é essa a «grande diferença» em relação às «restantes empresas que existem no mercado».

A managing director da CHRLY, Susana Soares, revelou que o nome foi escolhido por ser possível usar «como um nome feminino ou masculino» e também «porque inclui ‘HR’ de recursos humanos» na sua constituição. O objectivo da startup é «atrair e reter talento tecnológico em Portugal e ajudar a forma como esses profissionais estão a ser integrados nas organizações». Além disso, a missão passa também por «desenvolver as capacidades empreendedoras e de inovação» desses colaboradores, trazer «mais emprego qualificado» e criar «serviços de valor acrescentado no País».

Mudar o jogo
A responsável salientou que a startup tem o «apoio e os recursos financeiros da Fujitsu», mas «autonomia nas decisões», sendo que vai «ajudar a encontrar mais clientes» e dar apoio na sua «internacionalização». Por seu turno a CHRLY vai oferecer à Fujitsu «um espaço de experimentação e de teste de inovação», além de ajudar a «direccionar esforços para áreas estratégicas». Segundo Susana Soares, a multinacional «detém a chave para o recrutamento de tech talent, uma vez que conhece profundamente o sector das TI, as tecnologias e os especialistas». A startup quer «mudar as regras do jogo no recrutamento» dos profissionais de TI e apostar em diversas valências, para assegurar que os seus colaboradores são integrados nos desafios profissionais que mais se enquadram nas suas hard e soft skills». Susana Soares destacou que a CHRLY quer trazer algo diferente e que aposta no «intraempreendedorismo» para que os profissionais «possam dar uma contribuição massiva na inovação das organizações». Assim, a startup quer «mudar o status quo do que acontece com o talento tech, em que há uma perspectiva muito transaccional», ter «equipas diversificadas» e «pessoas empenhadas em missões».

Desenvolvimento da carreira
A startup vai começar por dedicar-se a quatro grandes áreas: «Cibersegurança, automação de processos, multicloud e data analytics» e os planos são claros: «Criar cem novos postos de trabalho altamente qualificados nos próximos três anos, servindo quer o mercado português, quer o mercado internacional, com impacto nas exportações de serviços tecnológicos».

A CHRLY procura pessoas de diferentes locais, origens e estilos de vida e tem um «starter kit de tech talento» que implica «treino contínuo»: para a empresa, o processo de aprendizagem «não termina nas escolas» e «deve continuar nas organizações». A startup vai ter «squads de diferentes backgrounds que crescem juntas», quer trabalhar «com comunidades tech» e ter «mentoring para apoiar o talento e as empresas com soluções para os seus desafios».

Além disso, através do Career Design Coach, a CHRLY vai criar «em conjunto com os colaboradores o seu desenvolvimento, identificando as oportunidades que podem acelerar a sua carreira nas tecnologias». Na startup, o candidato é visto como um «ponto de partida e não como uma vaga». Susana Soares realçou ainda a «formação on-the-job em inovação e empreendedorismo», já que estas «não são, normalmente, hard skills do talento tech».