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Mercado de IoT com crescimentos modestos

A perspectiva de crescimento para 2023 foi reduzida para 2,7%, revelou a IoT Analytics no seu último relatório. Em 2022, o mercado de Internet of Things cresceu 4,4%, com várias e relevantes iniciativas nas cadeias de abastecimento.

jeferrb/Pixabay

O ano de 2022 foi de incertezas e de várias surpresas macro-económicas, principalmente negativas. No mercado de Internet of Things (IoT), a previsão de crescimento global de 4,4% não foi alcançada e a perspectiva para 2023 foi reduzida para uns modestos 2,7%, revelou a IoT Analytics. Como barómetro, o Nasdaq Composite – um dos principais índices para empresas de tecnologia – caiu 33,1%, em 2022.

Apesar de tudo, pode considerar-se que o mercado de IoT se manteve estável, com o número de dispositivos conectados a crescer para quase 14,4 mil milhões de dólares, com cerca de 202 mil milhões em gastos corporativos com este tipo de tecnologias.

A IoT Analytics divulgou ainda que a relevância pública do termo ‘IoT’, que estava em declínio desde Outubro de 2018, aumentou mais de 30%, atingindo o seu nível mais alto de todos os tempos no primeiro trimestre de 2022. Para a IoT Analytics, o aumento do interesse de pesquisa pública pelo conceito IoT «reafirma alguns dos desenvolvimentos testemunhados nos últimos dois a três anos».

O IoT cresceu nas cadeias de abastecimento
Após uma pandemia global e durante a guerra na Ucrânia, relatos de portos congestionados, fornecedores a interromperem a sua produção ou a perda de carga crítica tornaram-se notícias “normais”. A IoT Analytics salienta mesmo que as interrupções na cadeia de abastecimento dominaram as discussões dos CEO até ao segundo semestre de 2022. «As lacunas no rastreamento na cadeia de abastecimento resultaram num aumento acentuado no interesse por software e dispositivos IoT precisamente de rastreamento, assim como robôs intralogísticos», diz a empresa de pesquisa no relatório agora lançado, acrescentando ainda: «Embora as interrupções no fornecimento tenham diminuído significativamente ao longo do ano passado, várias grandes empresas tornaram públicas as principais iniciativas digitais na sua cadeia de abastecimento».

Em Abril de 2022, por exemplo, a empresa alemã Hapag-Lloyd, um dos principais players no mercado de transporte marítimo, anunciou uma das maiores iniciativas de adopção de IoT no vertical de logística/cadeia de abastecimento. A empresa planeia equipar toda a sua frota global de contentores secos (cerca de 1,6 milhões de contentores) com dispositivos de rastreamento fornecidos pelo fornecedor suíço Nexxiot e pelo norte-americano Orbcomm – o objectivo passa por fornecer aos seus clientes «mais e melhores informações sobre o paradeiro e status das mercadorias e uma hora de chegada estimada mais precisa».

Já em Junho de 2022, o Walmart (considerado o maior retalhista do mundo) anunciou uma série de novos centros de atendimento de última geração, altamente automatizados, potenciados pelo fornecedores de robôs intralogísticos Knapp, Symbotics e Witron. Estes pólos, todos localizados na América do Norte, foram projectados para definir o ritmo de automação das 4700 lojas e 210 centros de distribuição do Walmart, em todo o mundo.

Já a Amazon anunciou a criação de um programa de investimento de risco de mil milhões de dólares para financiar empresas que ajudem a automatizar e digitalizar as suas operações de atendimento.