Reportagem

Realidade aumentada “obriga” alemã TeamViewer a abrir um novo escritório no Porto

O novo centro da TeamViewer no Porto faz parte da organização global de I&D da multinacional alemã e irá dedicar-se ao desenvolvimento de soluções de realidade aumentada. 

Para já, são trinta os engenheiros de software e design que ocupam o novo espaço da multinacional alemã TeamViewer no Porto, mundialmente conhecida pelo seu programa que permite aceder a computadores, e outros equipamentos, à distância. A expectativa é que, até ao final do ano, mais 25 especialistas integrem a equipa que, para continuar a crescer, mudou-se de Paranhos para Ramalde, para um espaço com capacidade para setenta pessoas. Um ano depois de comprar a empresa de desenvolvimento de  software Hapibot Studio, e decidir abrir no Porto um novo centro de investigação e desenvolvimento (I&D) focado em soluções nas áreas de realidade aumentada (RA) e Internet das Coisas (IoT), a alemã TeamViewer resolveu trocar as instalações da antiga agência portuguesa por um escritório na zona industrial da Invicta.

A compra da portuense Hapibot Studio – um investimento que contou com o apoio do Governo português e da Agência para o Investimento e Comércio Externo (AICEP) – e a instalação de operações em Portugal foi, na altura, justificada por «um quadro de selecção abrangente, que avaliou os principais factores de crescimento e culturais, incluindo a disponibilidade de talentos de topo, infra-estruturas educacionais, quadro regulamentar, mentalidade empreendedora e qualidade de vida».

Para Mike Eissele, CTO da TeamViewer, Portugal é um «excelente local» para instalar o novo centro de I&D: «Tem muitas universidades boas e um grande grupo de talentos de engenharia altamente motivados para impulsionar a próxima onda de digitalização. Estamos muito entusiasmados por sermos parte activa de um hotspot de tecnologia tão vibrante».

Porto corresponde às expectativas
Hoje, impulsionada pela inovação e exigências crescentes dos clientes, assim como por uma indústria de software que se está a desenvolver de forma dinâmica, a empresa vê como «um importante factor de sucesso» a capacidade de «desenvolver novas soluções e de as trazer rapidamente para o mercado». Neste sentido, aumentou o número de colaboradores a trabalhar na área de investigação e desenvolvimento em 20%, ao longo de 2021, em comparação com 2020. «Ao estabelecer um núcleo adicional de I&D em Portugal, a empresa duplicou o avanço estratégico das suas capacidades de engenharia dedicadas à inovação de software.

Uma grande parte do novo add-on AiStudio, que faz parte do software de realidade aumentada TeamViewer Frontline (um algoritmo de auto-aprendizagem para formar modelos de inteligência artificial para o reconhecimento de imagem e objectos), foi desenvolvido no Porto».

O executivo afirma que até agora, o Porto «provou ser uma excelente localização para o nosso centro de I&D, com muitas boas universidades e uma grande reserva de talentos de engenharia de topo altamente motivados para conduzir a próxima vaga de digitalização».

Um «match perfeito»
Na abertura do novo escritório, Luís Castro Henriques, presidente & CEO da AICEP, mostrou-se orgulhoso por acolher a TeamViewer em Portugal, classificando esta aposta como «uma demonstração clara de que o Porto se tornou um destino preferido para operações de base tecnológica que podem beneficiar de uma reserva de talentos altamente qualificada e dinâmica». O foco nas soluções de realidade aumentada que a TeamViewer traz ao ecossistema local é «um contributo fundamental para o posicionamento de Portugal como um hub tecnológico líder na Europa».

Filipe Araújo, vice-presidente da Câmara Municipal do Porto, igualmente presente na cerimónia, caracterizou a vinda da TeamViewer para o Porto com um «match perfeito com a estratégia para a cidade em termos de promoção de um ecossistema robusto e dinâmico de empresas».