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Ricoh altera modelo de negócio para se tornar um integrador de TI

De um negócio centrado em impressoras e fotocopiadoras, a Ricoh transforma-se num integrador de TI, com foco em áreas como cibersegurança, cloud e infra-estrutura.

«Este é um momento muito especial na história da Ricoh», disse Ramón Martin, CEO da estrutura da empresa nipónica em Portugal, num encontro com jornalistas. O grande objectivo é «dar soluções digitais aos seus clientes», fazendo reportar para outras ‘vidas’ um negócio centrado em equipamentos para escritórios, tradicionalmente impressoras e fotocopiadoras. «Este é um salto muito importante porque deixamos de ser uma companhia de impressão para sermos uma empresa de serviços digitais, um integrador de tecnologias de informação» – esta é uma mudança de modelo de negócio que acontece «a cada cinquenta anos», lembrou Ramón Martin.

Com sede em Vila Nova de Gaia, a Ricoh está, hoje em dia, particularmente dinâmica na aquisição de empresas especializadas em serviços digitais: comprou a portuguesa Pamafe, que se junta à igualmente lusa Totalstor, adquirida em 2019. Apesar do valor destas idas ao mercado não ser revelado, o executivo admite que o crescimento, via aquisições, tem como grande objectivo dar uma resposta à forte procura dos clientes por áreas como cibersegurança, cloud  e infra-estruturas de tecnologias de informação, “mundos” nos quais a Ricoh tradicionalmente não se movia e que são agora garantidos pelas marcas adquiridas.

Novas aquisições em perspectiva
A Ricoh Portugal não descarta, de resto, novas aquisições: «Estamos sempre disponíveis para avaliar novas oportunidades, desde que façam sentido para a estratégia de negócio», diz Ramón Martin. Para já, segundo o gestor, o foco é explorar as possibilidades de negócio que possam advir com a integração da Pamafe e potenciar as diferentes sinergias entre as novas empresas e a estrutura da empresa em Portugal. Todos estes negócios, segundo o executivo, colocam a Ricoh numa posição de liderança em relação aos principais concorrentes e ajudarão a empresa a atingir uma facturação de cem milhões de euros num prazo de cinco anos.

Em 2019, ano pré-pandemia, o negócio tradicional de impressão ainda era o mais relevante. Do volume de vendas de 312 milhões de euros a nível ibérico, a impressão representou cerca de 60%. Em 2020, já com uma crise sanitária entre mãos, a facturação desceu para 274 milhões e o peso da actividade de  office printing  caiu para 40%. No actual ano fiscal, Ramón Martin prevê que a operação da Ricoh na Península Ibérica consiga uma faturação superior a 300 milhões, com o negócio tradicional a recuperar para 50% no peso das vendas. No entanto, e em Portugal, fruto das aquisições realizadas, a expectativa é de que, no curto a médio prazo, a área dos serviços digitais represente cerca de 75% da actividade.