Justin Keeble, managing director sustainability da Google Cloud, começou por explicar que empresa quer ajudar com a «sustentatilidade digital e que para isso tem a cloud mais amiga do ambiente que as organizações podem usar para descarbonizar os seus negócios».
Segundo um estudo da Google, «as iniciativas de ESG surgiram como uma prioridade organizacional» e os líderes «estão dispostos a fazer crescer o seu negócio de uma forma que seja sustentável, mesmo que isso signifique menores receitas num futuro próximo» e 86% acredita que os seus esforços estão a fazer a diferença no que diz respeito à sustentabilidade.
Assim, a Google Cloud lançou novas ofertas de sustentabilidade para ajudar as entidades do sector público a melhorar a resiliência climática. O Climate Insights vai ajudar estas instituições a «compreender melhor os riscos para a infraestrutura e os recursos naturais devido às mudanças climáticas», salientou.
Segundo o responsável, estes insights «podem ajudar os governos a transformar a maneira como gerem os recursos físicos e naturais, ajudando-os a tornarem-se mais resilientes nas questões climáticas».
Justin Keeble referiu também como a tecnológica está a ajudar os parceiros com o Google Cloud Ready – Sustainability, um novo «programa de validação através de solução para negócios disponível na Google Cloud que ajuda os clientes a atingir metas de sustentabilidade».
Outra forma de auxiliar o ecossistema é o Google Cloud Marketplace Sustainability Hub que oferece «aos clientes acesso fácil a soluções de sustentabilidade validadas» disponibilizadas por parceiros através do Google Cloud Ready for Sustainability.
Uma cloud mais “verde”
Com o Carbon Sense, uma nova suite de produtos, que ajuda a ter os «dados da pegada de carbono» e que através do qual «já não é necessário ser um especialista em cloud computing para visualizar e exportar dados de emissões de carbono associados à nuvem», disse o managing director sustainability da Google Cloud.
Esta oferta é constituída pelo Active Assist, o Region Picker e o Carbon Footprint para o Google Cloud, que ajuda as empresas a medir, reportar e a reduzir as emissões brutas de carbono da utilização dos serviços da Google Cloud. O responsável disse ainda que esta última solução «vai ser disponibilizada no Google Workspace no início do próximo ano».
Justin Keeble esclareceu que estava entusiasmado por estarem a tornar acessível «às equipas de TI e respectivos administradores e arquitectos de cloud um modo de baixo carbono que permite limitar os seus recursos de cloud aos locais de baixo carbono na nossa infraestrutura», o que «poderá reduzir as emissões de carbono em 5 a 10 vezes».
O responsável terminou indicando que a Carbon Sense permite agora que os clientes «acrescentem as emissões de âmbito 1 e 3 associadas ao uso da Google Cloud nos relatórios» e que «em breve, os utilizadores terão uma visão abrangente das emissões associadas ao uso da Google Cloud. As emissões de âmbito 1 são as provenientes de fontes que uma organização controla directamente; de âmbito 2 estão associadas à produção de energia utilizada pela organização e que já estavam presentes na solução; e de âmbito 3 são as emissões indirectas da cadeia de valor.
Mais e melhor informação
Rebecca Moore, director do Google Earth, Earth Engine & Outreach, esclareceu que o Google Earth Engine, lançado originalmente para cientistas e ONG em 2010 e que permite a monitorização ambiental, está agora acessível a todos os utilizadores Google Cloud. A solução combina «dados de centenas de satélites e outras fontes com recursos de computação em cloud geoespacial para mostrar insights precisos, de alta resolução e relevantes para decisões sobre o estado dos habitats e ecossistemas do mundo e como os mesmos estão a mudar ao longo do tempo».
A responsável disse que as organizações podem usar o Google Earth Engine para monitorizar as «florestas, água, ecossistemas e a prática da agricultura» para determinar e «detectar tendências e compreender as correlações entre as actividades humanas e o impacto ambiental». Rebecca Moore falou ainda do exemplo da Unilever que usa esta ferramenta para acompanhar as plantações de óleo de palma e perceber se estas resultam da desflorestação para ter a certeza que a cadeia de abastecimentos deste produto resulta apenas de culturas sustentáveis.
Energia livre de carbono até 2030
A Google quer utilizar energia livre de carbono 24 horas por dia, 7 dias por semana nas operações globais até ao final da década e por isso, Maud Texier, Head of Energy Development da Google, sublinhou que a empresa «iria precisar de melhores ferramentas para monitorizar o consumo e a produção de energia», já que «só se pode gerir o que se pode medir».
Assim, a responsável adiantou que «nos últimos 10 anos, em conjunto com os parceiros, a Google recolheu insights sobre como fazer avançar os negócios rumo a um futuro livre de carbono» e criou um «programa piloto para partilhar este conhecimento com os clientes Google Cloud».
Neste programa designando 24/7 carbon-free energy insights pilot, os utilizadores terão acesso a «uma visão clara do seu perfil de emissões de eletricidade» Já que o mesmo conta com «dados históricos e em tempo real dos consumos por região e horário». Desta forma, os clientes podem criar «um registo da energia livre de carbono existente na operação» e «planear e prever como querem atingir o objectivo de serem livres de carbono». Além disso, poderão «realizar transacções de energia livre de carbono para atingirem essa meta mais rapidamente».