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Mastercard: Portugal é o 6º país no mundo com mais mulheres empresárias

O estudo mostra ainda que a pandemia pode ter revertido por vários anos o tempo necessário para atingir a paridade de género nos negócios.

Caroline Feelgood/Unsplash

O Mastercard Woman Index revela que Portugal é o 6º país no mundo com mais mulheres empresárias (32,2%), à frente de países como a Espanha, a Itália ou a Irlanda.

O estudo, que analisa a igualdade género no mundo das empresas e do trabalho e de como o empreendedorismo feminino tem vindo a progredir em 65 países, mostra ainda que apesar das mulheres representarem cerca de metade da população mundial e 39% do emprego global, apenas um quinto das empresas exportadoras são lideradas por mulheres e 80% das empresas detidas por mulheres têm dificuldades na obtenção de crédito.

Portugal subiu este ano uma posição no ranking das mulheres empresárias, passando para o 6º lugar, mas se o País está bem em número de detentoras de negócios, há outros indicadores que não são tão fortes e que é urgente melhorar. No ranking global quando analisados todos os factores, Portugal ocupa apenas a 22ª posição,

Duas das áreas em que Portugal está significativamente abaixo da média global é no acesso das mulheres empresárias a produtos financeiros (31º), mas também no apoio a PME, ao ocupar a 32º posição.

Já quando analisada a percentagem de mulheres gestoras de empresas, Portugal assume uma posição dianteira (37,4%), à frente da Irlanda (35,7%), França (34,6%) ou Alemanha (29,7%). Os indicadores fortes são a percentagem de mulheres em trabalhos especializados e técnicos (52,5%) superior à participação em outros países como a Dinamarca (50,3%), Alemanha (52%), Irlanda (51,4%) ou Espanha (49,7%), encontrando-se ainda na 15ª posição ao nível da participação feminina na força global de trabalho.

Maria Antónia Saldanha, Country Manager da Mastercard, explica os principais resultados: «Existe um conjunto de indicadores que nos dão confiança de que a evolução nos próximos anos seja positiva ao nível da igualdade de género nas empresas e no trabalho. Verificamos que existem ainda muitas áreas, já identificadas, em que é fundamental trabalharmos para podermos criar mais oportunidades para as mulheres e contribuirmos decisivamente para reduzirmos as desigualdades de género. Isso passa, naturalmente, por mobilizar recursos para áreas chave como as PME, a inclusão financeira, para políticas que facilitem o acesso das mulheres ao crédito e ao investimento, mas também a recursos para o desenvolvimento de competências, conhecimento e inovação».

Apesar dos esforços globais para mitigar o impacto da pandemia, o estudo mostra que este período pode ter sido um grande passo atrás para as mulheres e que ameaça reverter décadas de progresso para alcançar a paridade de género no trabalho e nos negócios. Segundo o Fórum Económico Mundial, em comparação com o período pré-pandemia, são hoje necessários mais 36 anos para colmatar as desigualdades globais de género.