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Seres: factura electrónica “poupou” 47 milhões de euros a Portugal

A emissão de facturas electrónicas quase duplicou no País no primeiro semestre de 2021, o que permitiu uma poupança de 47 milhões de euros, além de benefícios ao nível do ambiente. Lisboa é a cidade que registou o maior crescimento no volume total de facturas.

A Seres lançou um estudo sobre a adopção da factura electrónica no País que mostra que as empresas nacionais emitiram 6 106 070 facturas electrónicas no primeiro semestre de 2021, quando em 2020 esse número foi de 3 281 432, ou seja, a sua utilização quase que duplicou. Para este valor contribuiu «o impacto resultante da pandemia, que coincidiu igualmente com a obrigatoriedade da adopção da factura electrónica nos contratos públicos», esclarece Tiago Cancela, sales manager & corporate liaison da Seres Portugal. O responsável revela à businessIT, que «no último ano  em concreto, a procura pelos serviços da  Seres teve um aumento na ordem dos 50%».

O ‘Estudo sobre a Fatura Eletrónica em Portugal’, que contou com a participação de mais de 34 500 empresas de diversos sectores de actividade e dimensão, revela ainda que esta crescente transformação digital originou «poupanças das empresas não só a nível de despesas de gestão no valor de 47 milhões de euros», mas também no número de horas (825 820), o «correspondente a sete anos laborais».

A nível geográfico, Lisboa aparece como a cidade que tem maior percentagem de emissão de facturas (81%), seguida por Faro (8%), Porto (2,38%) e Aveiro (2,22%). No que diz respeito à percentagem relativa ao valor total de facturas recepcionadas, Lisboa e Faro mantêm-se nas mesmas posições, com 22% e 17,08% respectivamente; Setúbal está na terceira posição (11,89%) e o Porto, na quarta (9,02%).

Em termos de dimensão, os maiores emissores e receptores são as grandes empresas, com 35,74% e 62,78%. Destaca-se o aumento da emissão de facturas electrónicas nas PME, com uma quota de 31,86% (mais 5,69% que no ano anterior) e um decréscimo da recepção de facturas electrónicas nas microempresas – mais de 10% em relação a 2020.

Uma questão de sustentabilidade
Tiago Cancela explica que além das poupanças económicas, há ainda outros benefícios: «As questões relacionadas com o meio ambiente estão cada vez mais presentes nas estratégias de negócios das empresas. Mais que todas as vantagens de negócio inerentes à adopção da factura electrónica, a redução da utilização de papel é igualmente um forte motivo para as empresas se tornarem mais sustentáveis. Cada vez mais sentimos esta sensibilidade no contacto que temos diariamente com as empresas».

Já sobre a possibilidade da facturação electrónica passar a ser obrigatória também entre empresas (B2B) em Portugal, o sales manager não tem dúvidas de que vai acontecer, num futuro próximo: «Regra geral, o impulso parte dos governos, pelo que, logicamente, Portugal acabará por seguir o mesmo caminho traçado por outros países europeus. Prevê-se que a massificação da factura electrónica B2B atinja o seu expoente ao longo deste ano, pelo que se poderá esperar que, nos próximos anos, a obrigatoriedade da utilização da factura electrónica seja estendida a todo o mundo empresarial».

O responsável explicou ainda por que motivo a iniciativa até pode partir das próprias organizações: «A factura electrónica traz  grandes vantagens às empresas que  a implementam, entre as quais cabe destacar a redução de custos, tempos de gestão, redução drástica de erros, automatização do processo de cobrança e melhoria na relação entre fornecedores e clientes, pelo que é uma questão de tempo até as próprias empresas decidam adoptá-la, independentemente de vir a surgir uma obrigatoriedade».