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Nova SBE: sobrecarga da tecnologia é cada vez mais sentida pelos profissionais

O estudo mostra que uma parte substancial dos inquiridos sentem níveis elevados de tecnosobrecarga (35%) e tecno-invasão (42%).

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Os investigadores Filipa Castanheira, Pedro Neves e Inês Dias da Silva do Observatório de Liderança e Bem Estar da Nova SBE realizaram o estudo ‘Tecnostress – Uso da Tecnologia e Bem Estar no Contexto do Trabalho’ para avaliar de que forma a tecnologia está a impactar o trabalho e a causar stress aos profissionais.

Feito com base em 4 mil inquéritos em diversas áreas de actividade, o relatório analisa a tecno-sobrecarga, tecnoinvasão e exaustão emocional, bem como comportamentos de dependência da tecnologia e engagement em contexto de trabalho. Os resultados revelam que 92% dos inquiridos usam telemóvel em contexto de trabalho, que 47% teve de mudar os hábitos de trabalho para se adaptar às tecnologias móveis e que 52% sente que a sua vida pessoal é invadida devido a estes dispositivos.

Além disso, mostra que uma parte substancial dos inquiridos sentem níveis elevados de tecnosobrecarga (35%) e tecno-invasão (42%), sendo que «os homens revelam maiores níveis do que as mulheres», dizem os investigadores. Ao nível das gerações analisadas, não houve grande diferenciação avança o relatório.

Os altos níveis de tecnostress estão ligados e afectam a saúde e bem-estar dos profissionais mas resultam, segundo o estudo, do «aumento da dependência das tecnologias e não da redução da motivação dos indivíduos». Estes níveis traduzem-se em «em queixas psicossomáticas e exaustão emocional uma a duas
semanas mais tarde», referem os investigadores.

O Observatório de Liderança e Bem Estar da Nova SBE deixa ainda algumas recomendações para melhorar a saúde e o bem-estar no contexto do trabalho. São elas o desenvolvimento de politícas organizacionais para gerir o papel das tecnologias na sobrecarga e invasão, através de legislação e regulamentação interna; a
formação das chefias sobre o potencial impacto negativo das culturas sempre conectadas, através da sensibilização para as consequências nefastas na saúde e no bem estar do mau-uso da tecnologia no trabalho; e a capacitação dos indivíduos para a gestão cativa das fronteiras entre o trabalho e a vida pessoal e familiar.