O evento anual da tecnológica foi novamente em formato online e contou, tal como no ano passado, com a intervenção de Michael Dell, chairman e CEO da Dell Technologies. O responsável salientou que a tecnologia num teve um papel «central e relevante para o progresso global» e falou da importância do edge: «Este mundo em que tudo se faz a partir de qualquer lado vai desenrolar-se cada vez mais no edge. Hoje, apenas 10% dos dados são processados fora dos data centers, mas, em 2025, 75% dos dados empresariais serão processados fora dos tradicionais centros de dados e da cloud». Michael Dell adiantou ainda que os dados serão «gerados no edge» e que para os transformar «em melhores informações, acções e resultados vai ser preciso inteligência e analítica em tempo real». Além disso, divulgou que as estimativas são de que, na próxima década, serão gastos «mais de setecentos mil milhões de dólares em infraestruturas edge». O CEO acredita que a Dell Technologies e a VMware, empresa da qual é detentora, podem ajudar as organizações nesta era dos dados: «Queremos reduzir os ciclos para que possam dedicar o vosso tempo, energia e investimentos aos dados, às aplicações, à criação de resultados e vantagens competitivas».
Isto porque a tecnologia e soluções da Dell são «orientadas para resultados e criadas com inteligência para mover os dados e as cargas de trabalho para onde a empresa precisa delas, o que será cada vez mais no edge», concluiu.
Paradoxos dos dados
Isabel Reis, directora geral da Dell Technologies Portugal, explicou que a «avalanche de dados gerados, de cada vez mais fontes, é um dos principais desafios dos clientes, quer em Portugal, quer no mundo». A responsável adiantou que a empresa está a ajudar as organizações a lidarem com este crescimento exponencial e «na evolução para uma arquitectura distribuída e flexível».
No último Índice de Transformação Digital da Dell ficou claro que esta sobrecarga de dados e «a incapacidade de extrair conhecimento se tornou num risco para o negócio»; por isso, a empresa fez um estudo, com ajuda da Forrester, para perceber como as organizações lidam com a informação. Isabel Reis mencionou as três principais conclusões do relatório, que a tecnológica designa como os «paradoxos dos dados».
Assim, as empresas acreditam que são «orientadas com base nos dados, mas muitas não dão prioridade aos mesmos em todas as áreas de negócio; as empresas precisam constantemente de mais dados, mas estão a recolher mais do que a capacidade que têm para os aproveitar e analisar; e, por último, as empresas reconhecem os benefícios dos modelos de TI-as-a-service, mas apenas algumas já fizeram essa transição».
O mesmo estudo refere ainda que 83% das empresas da EMEA reportaram que «a capacidade de capturar, analisar e agir com base nos dados estar a ser minada por um conjunto de situações: armazenamento não-optimizado e de elevados custos e infraestrutras tecnológicas desactualizadas».
A directora-geral revelou que o estudo permitiu à Dell compreender os desafios das organizações e assim responder aos mesmos. Assim, a estratégia no ‘mundo como um serviço’ passa pelo projecto APEX que consiste «num portfólio inovador de ofertas as-a-service para simplificar os processos de transformação digital e que aumentam a agilidade e flexibilidade no controlo das TI, tendo sempre em conta as necessidades de consumo actuais e futuras». Isabel Reis esclareceu ainda que a Dell está a implementar «estratégias de inovação nas arquitecturas de TI dos clientes no sentido de modernizar as infraestruturas» para que «estejam prontos para o que vier a seguir, num mundo cada vez mais distribuído e multicloud».