As principais consultoras são unânimes em indicar que as despesas com tecnologias de informação vão aumentar este ano, após a quebra registada em 2020. A IDC prevê um crescimento de cerca de 5%, mas a Gartner é um pouco mais optimista: assegura que o mercado sobe 8,4% e ultrapassa os 3,37 biliões de euros (quatro biliões de dólares). O aumento das despesas, a nível global, é também a aposta do site financeiro Aksje Bloggen, cujos dados apontam para 3,28 biliões de euros e um aumento na ordem dos 6%, já que «muitas empresas ainda tiveram de se adaptar a novas necessidades operacionais e à continuação do teletrabalho» durante 2021.
Tradicionalmente o segmento de hardware é o que mais peso tem nos orçamentos de TI das organizações, mas isso parece que está a começar a mudar. Em 2019, os gastos com hardware correspondiam a cerca de 1/3 dos orçamentos, rondando os 35% (dados do Spiceworks Ziff Davis); contudo, em 2021 devem baixar para cerca de 31%, sendo este mais um efeito colateral da pandemia. Os investimentos serão feitos em «portáteis, appliances de segurança, armazenamento externo, enquanto a compra de desktops e servidores deve cair este ano», escreve o Aksje Bloggen.
Software e cloud a crescer
O blog norueguês, que faz parte do portfófilo de sites de informação financeira da Finixio, revela que, em 2019, os projectos de software representaram 29% dos orçamentos e a cloud cerca de 21%; já os de managed services tinham uma quota de 15%.
No caso do software, este valor deve manter-se, tal como aconteceu no ano passado, continuando este ser o segundo segmento mais importante. Já as despesas com serviços de cloud vão crescer e o segmento deve passar a representar 24% dos gastos totais, em 2021, em comparação com os 21% de 2019. Este crescimento não é de estranhar – a nuvem foi uma das áreas cuja utilização mais aumentou durante a pandemia. Também os projectos de managed services devem ter um incremento e passar a representar 16% das despesas com TI.
Isto significa que a cloud e o software vão representar mais de 50% dos orçamentos de tecnologia das empresas este ano. As soluções de backup, data recovery e produtividade online serão as mais populares e, em conjunto, vão corresponder a 25% dos gastos feitos em serviços de nuvem.
Ao nível dos sectores de actividade, as empresas de serviços de TI são as que mais vão gastar com a cloud e planeiam alocar 32% dos seus orçamentos em tecnologias de cloud, em 2021, quando a média em outras áreas é de 24%. Além disso, as soluções de IaaS vão corresponder a 11% dos gastos das empresas de serviços de TI, quando nos outros sectores esse valor desce para apenas 6%.