Reportagem

SAS Global Forum: a democratização dos dados

As boas práticas de negócio, seja nivelar as estruturas de gestão ou encurtar as cadeias de comando na tomada de decisões, são inúteis se o acesso à essência desses processos – os dados - for altamente estruturado e restrito. Esta foi a grande conclusão do SAS Global Forum, uma vez mais realizado em modelo virtual.

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O tema tem sido recorrente, consistente e emergente nas conferências online desta temporada: a democratização dos dados e o que isso oferece aos utilizadores em termos de exploração da disponibilidade desse recurso. Mas, agora, surge um novo elemento neste processo: a democratização da comunidade de fornecedores como um subproduto.

No SAS Global Forum, o assunto das parcerias entre fornecedores e prestadores de serviços complementares mudou subtilmente de uma capacidade adicional de ‘é bom ter’ para ‘deve ter’, entendido como a única maneira real de chegar à próxima etapa. No caso do SAS, isso veio na forma de um grande reforço de duas parcerias existentes, com a Microsoft e a KPMG.

Os analistas que cobriram a conferência sustentam que, por um lado, uma maior democratização e exploração dos dados significa a ‘despromoção’ da prática de trabalhar com esses mesmo dados. Mas, ao fazê-lo, coloca em primeiro plano as capacidades daqueles que realmente sabem o que querem obter dos dados e o que as respostas podem realmente pressagiar em termos de possibilidades de negócio.

A analítica no dia-a-dia
A análise de dados ganhou ainda mais importância nos últimos quinze meses, desde que o mundo mudou, fruto da pandemia de COVID-19. Jim Goodnight, CEO do SAS, salientou que as análises se tornaram agora mais prevalentes – tal como a matemática e as ciências – para tomar decisões importantes.

O carismático fundador desta empresa da Carolina do Norte deu exemplos de como a inteligência da analítica está a ocupar um papel fundamental nos dias de hoje, em coisas tão ‘simples’ como perceber quando é seguro viajar ou voltar a trabalhar em ambiente de escritório. «Através dos dados estamos a responder a algumas dessas perguntas e a tomar melhores decisões a cada dia. O SAS está nesse caminho desde a década de 1970, quando testemunhámos como a análise pode ajudar as organizações a encontrar padrões nos dados e entender como transformar esse insight em acções», disse o CEO.

O executivo salientou que a análise de dados está a ajudar a fornecer serviços vitais aos cidadãos, trazendo os clientes de volta aos locais de entretenimento e ao desporto, fornecendo um melhor, mais completo e assertivo processo de decisão e planeamento.

«Quando o mundo muda repentinamente, acaba por forçar os processos de inovação, a ultrapassar os limites do que é possível. E, embora quase toda a nossa equipa de R&D ainda trabalhe remotamente, continuamos a responder à procura do mercado por análises melhores, mais ágeis e resilientes. Para isso, criámos uma cultura que valoriza a criatividade, inovação e curiosidade», apontou.

Covid-19 e os dados
Jonathan Wexler, do grupo de estratégia de produto do SAS, fez uma demonstração da monitorização e geração de insights sobre as tendências COVID-19 em todo o mundo, mostrando como o SAS fornece a capacidade não apenas de monitorar tendências, mas também para criar e implantar modelos em escala global usando o poder da computação em nuvem. O relatório é actualizado com os dados mais recentes de todo o mundo, fornecendo informações sobre as tendências, sinais de alerta potencialmente antecipados para novos surtos e propagação.

«É possível pesquisar rapidamente qualquer país para uma análise aprofundada. Usando recursos de lapso de tempo, é possível ver como a Covid se espalhou pelo mundo e a que velocidade. Do ponto de vista epidemiológico, o aumento da contagem de casos leva ao aumento das hospitalizações, o que leva ao aumento das visitas à UCI e, infelizmente, ao aumento das mortes. E, politicamente falando, as hospitalizações são um indicador defasado de mortes. Mas, e se pudéssemos identificar os casos de COVID que apresentam um risco aumentado de hospitalização?», questionou, para completar que, usando dados publicamente disponíveis dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) criados nos Estados Unidos, o objectivo é identificar os factores mais significativos relacionados às hospitalizações após o diagnóstico de COVID.

Os anúncios de 2021
Há quase um ano, na última edição do evento, foi anunciada a parceria estratégica entre o SAS e a Microsoft com o intuito de impulsionar a inovação e expandir a transformação digital. Seguindo o mesmo propósito, nesta edição foi divulgada a expansão do suporte nativo em nuvem para Amazon Web Services (AWS) e Google Cloud Platform (GCP), além da antecipação de que o suporte ao Red Hat OpenShift está previsto para o final deste ano. Segundo a empresa, o intuito da expansão é garantir que as análises sejam executadas onde os clientes hospedam os seus dados, seja na ponta (edge), on premises, ou na plataforma de nuvem da sua escolha. «O SAS tem como forte objectivo conseguir que organizações, cada vez mais, transformem os seus dados em inteligência, daí a importância da amplificação da variedade de plataformas em nuvem, conseguindo chegar onde os seus clientes precisam».

Além do anúncio da expansão, foram ainda apresentados alguns casos de sucesso do uso de analítica em benefício dos negócios. O Citi Group, cliente de longa data do SAS, falou sobre como está a utilizar o SAS Viya para criar um poderoso ecossistema analítico. Um dos benefícios citado pelo Senior VP de data e Analytical Solutions do Citi, Jason Gray, é a integração que o Viya oferece com ferramentas de qualquer ambiente onde a empresa opera. «Isso beneficia os clientes ao fornecer a possibilidade de obter análises avançadas em qualquer ponto de contacto que ele precise». Outro grande benefício é a possibilidade de conseguir trabalhar os dados em todos os principais fornecedores de nuvem sem comprometer o processo geral.

Outro caso apresentado foi o da British Rowing, a federação nacional de remo do Reino Unido. Com o uso de analítica avançada, a equipa GB Rowing conseguiu melhorar o desempenho dos atletas, tanto individual quanto em grupo, descobrir novos talentos para selecção nacional de remo e, com a pandemia do Coronavírus, conseguiram auxiliar nos treinos remotos e analisar o desempenho de cada atleta. Brendan Purcell, director de performance da British Rowing, afirmou que «quanto mais pudermos usar a analítica, mais conseguiremos tirar o melhor da equipa».