A Apritel tem sido uma das vozes de oposição às críticas da Anacom sobre o aumento dos preços e tem-se esforçado por demonstrar que o preço dos pacotes de comunicações tem sofrido descidas e que são competitivos.
Pedro Mota Soares, secretário-geral da associação, revela que o sector é um dos que mais investe ao nível europeu (cinco mil milhões de euros nos últimos cinco anos) e que Portugal é o mercado em que «os operadores mais reinvestem as suas receitas». Segundo o responsável, Portugal é «líder na cobertura de famílias com redes de fibra; tem a quarta maior taxa de penetração de serviços móveis da UE e tem a segunda maior taxa de penetração de serviços fixos de elevado débito da UE». Tudo isto acontece ao mesmo tempo que as receitas «caem em cerca de 27% (de 2009 a 2019) e o número de serviços prestados sobe cerca de 25%, o que significa que o preço médio por serviço caiu 42%».
Para demonstrar que o mercado nacional é competitivo, e esta descida dos preços, a Apritel usa «dados independentes» do Eurostat respeitantes ao índice harmonizado de preços ao consumidor (IHPC) para os serviços em bundle nos últimos doze meses. De acordo com a mais recente informação (Abril de 2021), «em Portugal, em média, o índice dos preços reduziu -0,9% enquanto na EU27 apenas desceu 0,2%», esclarece. Esta tendência «é ainda mais acentuada nos serviços em pacote, aqueles que, de acordo com dados da Anacom, as famílias portuguesas cada vez mais preferem», diz Pedro Mota Soares.
No final de 2020, os pacotes de comunicação «eram subscritos por 88 em cada 100 famílias» e «Portugal foi o segundo país onde os preços mais baixaram nos últimos doze meses (2,5%)», realça o responsável. Mas não são só dos dados do Eurostat que comprovam esta situação, a Apritel solicitou, à Deloitte, um estudo com uma análise comparativa de preços das comunicações electrónicas na Europa que concluiu que «Portugal tem dos preços mais baixos da Europa, nos pacotes de 3P e 4P e que apenas França surge como um mercado em que o preço é inferior ao português».
Sobre a as diferenças comunicadas pelo regulador e a associação, o secretário-geral lamenta «que não tenha sido ainda possível uma coordenação de esforços entre o regulador e as operadoras, para a qual a Apritel sempre esteve disponível, no sentido de apresentar aos consumidores uma imagem correcta do nível de preços e sofisticação do sector».
5G é o futuro
Pedro Mota Soares é peremptório: «Os operadores estão preparados para arrancar com a oferta de 5G, logo que as condições regulatórias o permitam». Além disso, o responsável diz que a nova rede móvel vai ser o «futuro» e a «maior transformação digital desde o advento do smartphone». Pedro Mota Soares salienta que «estudos recentes indicam que o potencial de criação de valor económico do 5G para Portugal é de dezassete mil milhões de euros até 2035» e que não é só a área das telecomunicações que irá beneficiar, mas «todos os sectores económicos». Isto quer pelo aumento da competitividade e surgimento de novos modelos de negócios», quer pela «criação novos postos de trabalho», que podem chegar a 19 500 e que graças ao 5G se vai assistir a um «grande processo de transformação e capacitação digital nos próximos anos».