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Quase metade das PME nacionais de comércio a retalho não estão online

A Sage Portugal fez um estudo para perceber o nível de digitalização das pequenas e médias empresas portuguesas. Conclusão: 45% das organizações do sector do comércio a retalho não tem qualquer tipo de presença digital.

snowing/Freepik

0O estudo da Sage, realizado com base em inquéritos a 287 PME da área do comércio a retalho em Portugal, mostra uma realidade longe da ideal, numa altura em que diversas lojas estão encerradas ou têm restrições de funcionamento. Quase metade (45%) das empresas portuguesas entrevistadas não tem qualquer tipo de presença online, ou seja, não contam com um site ou redes sociais próprias. Esta ausência do digital, impede-as de «explorar o seu máximo potencial» e coloca-as numa posição «muito desfavorecida», diz a Sage. Além disso, o estudo diz também que 65% das empresas do sector do comércio e do retalho ainda não tem vendas online.

Segundo o estudo, 71% das PME do comércio a retalho perdeu receitas desde o início da pandemia. Em média, essas perdas equivaleram a 23% do seu volume de negócios. A empresa concluiu ainda que 53% das PME que não têm presença online justificam essa ausência com a falta de recursos financeiros para investir nesta área ou de pessoas para fazer a gestão das novas plataformas, ou mesmo o conhecimento necessário para tal.

Josep María Raventós, country manager da Sage Portugal, realça a falta de preparação das empresas nacionais: «Os números deste estudo são preocupantes, porque nos demonstram que o sector do comércio a retalho em Portugal não está verdadeiramente preparado para a situação desafiante que vivemos. Confirmámos, uma vez mais, que a transformação a implementar é profunda e toca o lado cultural e social: é necessária uma verdadeira mudança de mentalidades para que as empresas portuguesas compreendam a vitalidade de se digitalizarem».

Pouco investimento no digital
O estudo também tentou perceber qual será a estratégia das empresas portuguesas para 2021: apenas 35% dos inquiridos diz que este ano vai investir para acelerar a sua transformação digital e capacidade produtiva. A Sage sublinha que isso pode acontecer com «software, equipamentos e infraestruturas que permitam automatizar processos, ter presença online e poder trabalhar de forma remota». A baixa percentagem de PME que vai fazer investimentos no online mostra que são poucas as empresas que compreenderam a «necessidade urgente de digitalização», explica a Sage.

A empresa acredita que a digitalização é a «alavanca da recuperação económica do País» e Josep María Raventós salienta esse facto: «Os resultados deste estudo levam-nos a concluir que é preciso apostar neste sector e oferecer [às empresas], agora mais do que nunca, as ferramentas, conhecimentos e demais condições para que possa implementar um plano de recuperação eficaz, tão rapidamente quanto possível».