No evento anual de uma das mais importantes empresas de TI, que se realizou online como aconteceu com tantas outras, falou-se da digitalização, dos dados, do edge e das próximas tendências. Michael Dell, chairman e CEO da Dell Technologies, salientou que que 2020 foi um ano complicado, mas que também trouxe uma «história inspiradora sobre a resiliência da economia global». A tecnologia «nunca foi tão central como é neste momento e as organizações que estão a acelerar a sua transformação digital estarão preparadas para o sucesso», disse. A empresa está também pronta para o futuro esclareceu o responsável: «Estamos focados na oportunidade que temos pela frente, construindo a infraestrutura essencial para sermos o parceiro mais confiável nesta era dos dados e na aceleração da transformação digital».
Já Isabel Reis, directora geral da Dell Technologies Portugal, esclareceu que este ano tem sido de «enorme aprendizagem e de capacidade de resiliência e que ensinou o nundo a tirar partido do mundo virtual». Sobre o mercado, a responsável destacou que a empresa conseguiu ajudar os clientes da mesma forma que a empresa evoluiu em 2020: «Fizemos uma clonagem do que fizemos connosco. Ajudámo-los a moverem as pessoas para teletrabalho, na virtualização do posto de trabalho e vendemos soluções que não estavam previstas para apoiar o trabalho remoto». Na verdade, «acelerámos os seus planos de transformação digital». Isabel Reis alertou que esta mudança e um mundo cada vez mais digital trouxe «uma preocupação especial com a segurança», que está, hoje, «no topo da estratégia e preocupação das organizações».
Futuro será no edge e inteligente
A directora geral revelou alguns resultados do mais recente Índice de Transformação Digital da Dell que concluiu que oito em cada dez empresas de alguma forma aceleram os seus programas de transformação digital durante este ano». Isabel Reis disse que o estudo provou que a «quarta revolução industrial chegou mais cedo» já que as previsões que tinham feito para 2030 passaram agora para 2023: «Vamos ter uma adopção mais rápida de tecnologias inovadoras como o 5G; decisões de empresas baseadas nos dados, sendo isso um factor de diferenciação; máquinas autónomas e cada vez mais fábricas, cidades, hospitais e escolas inteligentes». Tudo isto vai acontecer mais «ao nível do edge e dos devices que estão fora dos data centers tradicionais e que se vão transformar no centro da gravidade da transformação digital em todos os sectores do mercado». Segundo a Dell Technologies, nos próximos quatro anos vai haver um aumento de 800% das aplicações no edge.
A visão da Dell sobre o futuro é que será «mais conectado e automatizado» e que trará «uma democratização do acesso à informação, que pode ser acedida por qualquer pessoa, em qualquer local e de qualquer equipamento». Isto significa um «uso intensivo de dados em ambientes distribuídos»; uma adopção massiva de «modelos operacionais de cloud híbrida e edge»; «uma modernização das arquitecturas optimizadas para edge e das arquitectura de rede para suportar o 5G» e mais «inteligência artificial e machine learning» para tirar partido dos dados. Mas tudo isto tem de ser «seguro», acrescentou Isabel Reis.
Estratégia passa pelo as-a-service
De acordo com a Gartner, nos próximos anos, 75% dos dados gerados pelas empresas vão ser criados e processados no edge, ou seja, fora dos data centers e da cloud. E segundo a IDC, em 2024, 75% da infraestrutura no edge será consumida como serviço, assim como mais de 50% da infraestrutura de data center e a Dell Technologies está atenta a estas tendências de mercado e tem já uma estratégia nesse sentido, o Project APEX. Este será a forma como a empresa vai fornecer tecnologia e serviços no futuro e consiste num modelo «mais flexível, uma experiência semelhante à cloud» para clientes e parceiros. O projecto vai «simplificar a maneira de consumir tecnologia Dell» e em que as organizações vão «escolher o que querem executar e como querem pagar». O objectivo é «oferecer uma flexibilidade de OPEX de acordo com os seus orçamentos e previsões de investimento». Isabel Reis esclareceu que a empresa quer com isto «ajudar os clientes a estarem menos preocupados com a gestão das TI e mais focados nos seus negócios». Além disso, a sustentabilidade é outra dos aspectos relevantes do Project APEX: «Vamos gerir a devolução e renovação dos equipamentos das tecnologias de informação usados para apoiar as empresas nas suas metas de sustentabilidade».