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Estudo da DXC revela que avanços tecnológicos desiguais nas empresas estão a criar ilhas digitais

A DXC apresentou, num webinar, as conclusões do estudo Liderança Empresarial 2020 que mostra que ainda há barreiras nos processos de transformação digital das empresas, sendo uma delas a implementação da tecnologia a diferentes velocidades dentro das organizações.

A tecnologia faz hoje parte da maioria dos negócios e tem sido fundamental nos últimos tempos, mas apesar dos líderes das empresas estarem a implementar processos de transformação digital, «há resistência à mudança», salienta Vítor Silva Marques, consulting leader DXC Technology Portugal, que fez a apresentação dos resultados do estudo realizado pela tecnológica e pelo Leading Edge Forum.

Com a participação de mais de 1186 líderes de empresas de diversos países, o relatório Liderança Empresarial 2020 revela que 62% dos inquiridos considera que a falta de um conjunto comum de ferramentas e plataformas é uma barreira à transformação da organização.

O responsável esclarece que «diferentes unidades das organizações estão a implementar tecnologias para darem resposta ao que os seus clientes estão a solicitar, criando lacunas já que introduzem tecnologia mais avançada do que a tecnologia usada pelo resto da organização nos processos de negócio». Isto cria o que a DXC designa por ‘ilhas digitais’. Vítor Silva Marques diz que, «por vezes, a introdução das novas tecnologias leva à criação de ilhas digitais e nestas situações os benefícios nem sempre conseguem ser partilhados por toda a organização».

Benefícios e barreiras da transformação
Entre os principais benefícios da digitalização estão o facto da tecnologia e dos dados estarem a ajudar as empresas a serem mais competitivas e inovadoras (77%), líderes na indústria e a diferenciarem-se (79%) Além disso, a actualização das tecnologias produz uma imagem de marca que ajuda a atrair talento (89%). O responsável da área de consultoria da DXC explica que «ser um do mais fortes na utilização das tecnologias mais recentes, dá notoriedade» e que isso «é um factor chave para a atracção e retenção de talento».

Sobre as barreiras à transformação digital, 67% dos inquiridos têm receio e dificuldade em modernizar os seus sistemas de missão critica, o que «leva a que a dinâmica do negócio não acompanhe a tecnologia e seja mais um factor que leva a criação de ilhas digitais», realça Vítor Silva Marques. Por outro lado, 64% posicionam os big players digitais como um dos principais desafios já que «as grandes plataformas tecnológicas, como a Google, Apple, Amazon, têm um grande avanço em relação às restantes empresas e criam expectativas elevadas nos clientes em relação a tudo». Já a regulamentação foi referida também por 64% dos inquiridos como um desafio.

Vítor Silva Marques explica quais os cincos pontos que devem ser seguidos pelas organizações para conseguirem criar condições para uma mudança com sucesso: «Há que promover uma cultura do século XXI em toda a organização para garantir que há adesão dos líderes e colaboradores; assegurar a partilha de competências e experiências entre equipas para a disseminação do conhecimento e consequente melhoria do desempenho; construir uma base tecnológica moderna e em especial uma abordagem aos dados moderna para que possam ser usados por soluções de inteligência artificial; adoptar ecossistemas estratégicos de parceiros e fornecedores, já que colaboração será fundamental; e incorporar uma mentalidade ágil para a mudança. O futuro pode mudar da noite para o dia e é preciso ter capacidade de adaptação e para mudar os planos».