Empreendedorismo

Automaise quer democratizar o acesso à automação inteligente

A startup portuguesa usa inteligência artificial para ajudar as empresas a darem melhores respostas aos clientes e quer democratizar o acesso à automação inteligente a todas as organizações.

A Automaise foi criada no final de 2017 por Ernesto Pedrosa e Carlos Oliveira para auxiliar as empresas a utilizarem inteligência artificial e automação de forma fácil e rápida. De acordo com o co-fundador e CEO da startup, Ernesto Pedrosa, «embora exista muito buzz em torno da inteligência artificial (IA), a verdade é que a sua adopção na indústria ainda é muito baixa» em virtude da «complexidade da tecnologia» e «da escassez de recursos especializados».

Assim, os dois empreendedores idealizaram e desenvolveram «uma plataforma de IA low-code para a rápida construção de soluções baseadas em inteligência artificial sem a complexidade intrínseca a essa tecnologia».

O responsável revela que o objectivo da Automaise é «oferecer aos seus clientes uma forma de optimizarem as suas operações através da automação inteligente, libertando os seus operadores para dedicarem mais tempo aos seus cliente com questões de maior complexidade/valor acrescentado». Ernesto Pedrosa, salienta que querem «democratizar o acesso» a estes automatismos de IA e que estes «não sejam apenas simples bots», já que têm «alcance limitado».

Os principais factores diferenciadores da Automaise são ter um «IA avançado evolutivo; permitir a possibilidade de construção de automações de IA integradas com os sistemas dos clientes; e a combinação de diferentes conceitos de IA/automação numa só plataforma (conversacional, automação de case tickets e modelos IA preditivos de apoio à decisão)».

O CEO destaca que com esta «combinação única da plataforma Automaise é possível a criação de hyper-automations capazes de taxas de automação na casa do 80%». A plataforma pode ser usada por qualquer organização, no entanto, o co-fundador revela que «os segmentos target são o mid-market e o enterprise», pois de acordo com a análise da startup «são aqueles que estão mal servidos com soluções como os bots». A solução da Automaise permite a «rápida criação de produtos que podem ser reutilizados», o que possibilita «uma base de trabalho» para que os clientes «não tenham de começar sempre o zero».

Impacto da pandemia
A Automaise recebeu, no ano passado, um investimento de quinhentos mil euros da Bright Pixel e da Armilar Venture Partners para ser aplicado no desenvolvimento da plataforma e na internacionalização. Ernesto Pedrosa diz que, apesar de o processo ter começado no início do ano, foi «algo impactado pela situação da COVID-19». O responsável assegura que tudo vai mudar em breve: «Contamos que, em 2021, estas vendas representem já uma percentagem muito significativa das nossas receitas».

Para isso, a empresa espera «brevemente fechar uma nova ronda de investimento» que lhes irá permitir «crescer a equipa de forma significativa, especialmente nas vertentes de desenvolvimento de negócio e marketing, para acelerar o processo de go-to-market internacional». Por outro lado, a «pandemia veio alterar a forma como clientes e marcas se relacionam», nomeadamente pela utilização de «canais digitais», e criar «um novo desafio para as marcas em termos de capacidade de resposta». O responsável acredita que «muitos destes novos hábitos vão permanecer» e que é por isso que a startup bracarense está bem posicionada para crescer: «2021 vai ser o ano em que a Automaise vai começar a ficar conhecida».