Reportagem

SAS quer democratizar acesso aos dados e anuncia novas parcerias

No SAS Global Forum 2020, este ano obviamente online, a empresa especializada em analítica explorou a necessidade de os dados estarem acessíveis às pessoas certas e a importância das parcerias, que também devem ser democratizadas.

Utilizar boas práticas comerciais, como simplificar as estruturas de gestão ou encurtar a cadeia de comando na tomada de decisões, são inúteis se o acesso à força vital desses processos – os dados – ainda for altamente estruturado e restrito. Este foi um dos assuntos mais debatidos no SAS Global Forum 2020, este ano em edição digital.

Um tema que, de forma consistente, tem vindo a emergir nas conferências on-line nesta ‘temporada’ de restrições sociais é a necessidade de democratizar os dados e o que isso oferece aos utilizadores em termos de exploração da disponibilidade deste recurso.

Mas existe uma sub-parcela neste processo: a democratização da comunidade de fornecedores. Se, antes, as parcerias entre fornecedores e prestadores de serviços complementares eram consideradas ‘apenas’ uma mais-valia, agora passou a ser essencial ao sucesso. No caso do SAS, isso ficou bem patente com o anúncio de duas alianças: Microsoft e KPMG.

A empresa está a usar estas parcerias para (re)definir e orientar a sua mais recente estratégia de nuvem, anunciando que usará estas novas colaborações para expandir a sua linha de produtos, ajudar os clientes actuais a gerir projectos em nuvem e até encontrar novos colaboradores.

No SAS Global Forum 2020, os executivos explicaram estas novas parcerias e deram uma actualização de como a empresa está a enfrentar a pandemia de coronavirus. Oliver Schabenberger, COO da corporação norte-americana, disse que a empresa é financeiramente estável e embora a pandemia possa terminar com o ciclo de 44 anos seguidos de lucro, o SAS anunciou que não vai demitir ou dispensar funcionários durante este período.

Microsoft: analítica e IA
O objectivo da parceria com a Microsoft é criar sistemas de decisão inteligentes, automatizados, confiáveis ​​e explicáveis ​​que possam funcionar em escala, disse Schabenberger: «À medida que os dados se deslocam para a nuvem, a analítica acompanha-os e os processos de negócio tornam-se mais orientados por dados e liderados pelas análises».

Jay Upchurch, CIO da SAS, salientou que as conversações sobre a parceria com a Microsoft começaram há um ano. As duas empresas perceberam que partilhavam muitos clientes-chave, incluindo empresas financeiras globais, o que desencadeou a conversa inicial. A parceria também foi impulsionada por culturas corporativas semelhantes, tecnologia complementar e oportunidades comerciais, acrescentou. «Havia também uma procura esmagadora dos clientes por serviços SAS no Azure, por isso ouvimos o mercado», disse Upchurch.

David Macdonald, vice-presidente executivo e director de vendas do SAS, reforçou que essas colaborações com clientes serão mais do que apenas mover as cargas de trabalho dos clientes existentes para o Azure. «Não é só levantar e mudar, mas aproveitar a colaboração para aproveitar também os serviços e microsserviços na nuvem».

Upchurch disse que haverá três fases na parceria SAS vs. Microsoft. Para já, migrar os clientes para o Azure para optimizar software e hardware. A curto prazo, disponibilizar a próxima versão do SAS Viya no Azure Marketplace usando optimizações e serviços nativos da nuvem. A longo prazo, a empresa prevê executar soluções SAS e ofertas da indústria do Viya no Azure.

SAS migra para Azure
O SAS também migrará suas operações internas para o Azure, apesar de a empresa ter avançado que continuará a oferecer suporte a todas as plataformas em nuvem que os seus clientes estiverem a usar.

Macdonald disse ainda que a parceria com a Microsoft ajudará os clientes a acelerar os seus projectos de transformação digital. «A ajuda à tomada de decisão é quase um pré-requisito para essas mudanças, e serviços em nuvem como API e microsserviços estão a tornar-se apostas para melhorar a agilidade».

O responsável explicou que o SAS tem ajudado cidades e países a responder às novas necessidades de negócio causadas pelo coronavírus. Isso inclui ajudar os bancos a definir novas linhas base para o teste de stress e ajudar os hospitais a gerir e prever a necessidade e capacidade de camas e a disponibilidade dos ventiladores.

Com esta parceria, a Microsoft e o SAS explorarão oportunidades para integrar os recursos analíticos do SAS, incluindo modelos específicos do sector, no Azure e no Dynamics 365, e assim criar novas soluções conjuntas para clientes SAS de diferentes sectores industriais. Esta integração adicional permitirá que os clientes SAS aproveitem a escalabilidade e a flexibilidade da cloud para o seu volume de trabalho analítico e de IA.

Por exemplo, a Microsoft e o SAS já estão a munir os clientes com soluções que os ajudam a capitalizar em escala a grande quantidade de dados gerados pela Internet of Things, combinando a plataforma Azure IoT da Microsoft com os recursos analíticos de IoT edge-to-cloud e de IA do SAS. Actualmente, a cidade de Cary, Carolina do Norte, está a usar uma solução conjunta de IoT da Microsoft e do SAS para fazer previsão de inundações.

«Inundações localizadas é algo que todas as comunidades experimentam, e a nossa não é excepção», disse Nicole Raimundo, directora de informações de Cary. «Usando sensores, dados climáticos, análises de IoT do SAS e a plataforma Azure IoT, esperamos aumentar a consciência da situação dos níveis crescentes de fluxos, prever onde as inundações podem ocorrer e melhorar a nossa resposta de emergência através da automação. Cary também se orgulha de poder partilhar estes dados com as comunidades vizinhas para ajudá-las a servir melhor os seus cidadãos ».

Parcerias focadas em estudantes e transformação digital
No evento virtual, o SAS anunciou outras duas parcerias, uma com a KPMG e outra com a Handshake. O SAS trabalhará com consultores de nuvem da KPMG para abrir os denominados Centros de Aceleração de Nuvem, que vão oferecer apoio a clientes SAS que tenham o seu próprio ambiente em nuvem, bem como àqueles que estão a utilizar outros serviços geridos e baseados na cloud. A KPMG tem uma rede de mais de quatrocentos profissionais em todo o mundo para oferecer ajuda a clientes SAS em projectos de transformação digital e migração em nuvem.

No início da pandemia, o SAS ofereceu o acesso aos seus recursos de treino on-line gratuitamente por trinta dias e recentemente estendeu esse acesso indefinidamente.

Já com a Handshake, o SAS irá trabalhar para encontrar estudantes interessados ​​seguir a ciência de dados como carreira. O Handshake é um site para estudantes universitários nos EUA, que ajuda a filtrar as oportunidades de emprego com base no estado da sua carreira. O site ajuda grandes empresas, incluindo a Fortune 500, a encontrar talentos no início da sua profissão.