Já ninguém tem dúvidas de que o movo Coronavírus, que provoca a doença COVID-19, será a situação que terá maior impacto na indústria tecnológica em 2020. Além de já estar a colocar uma pressão imensa na economia mundial, vai também ser um teste à capacidade das empresas para lidarem com situações extremas de queda de receitas e produção, que muitas não vão conseguir superar.
A empresa de análise de dados e consultoria realizou diversos estudos relacionados com o tema do impacto da COVID-19 e no Tech, Media & Telecom Trends 2020, analisou dezassete áreas ligadas à tecnologia, media e telecomunicações. A GlobalData revelou que os serviços de TI, seguidos da electrónica de consumo serão os que mais vão sofrer com a crise e as têm as perspetivas de recuperação mais longínquas.
Serviços de TI em dificuldade
Segundo o Índice de impacto da COVID-19 da empresa que vai de -100 (impacto negativo significativo) até +100 (impacto positivo significativo), os serviços de TI apresentaram um valor de -60, a electrónica de consumo (-58), seguidos da publicidade (-51) e dos fornecedores de componentes (-50).
«A indústria dos serviços de TI será a mais atingida. A curto prazo o problema será tentar concretizar os projectos existentes quando os clientes estão isolados durante meses em casa e a longo prazo será o abrandamento maciço dos projectos de TI, à medida que as empresas reduzem os gastos para conseguirem sobreviver ou terem algum lucro em 2020», explica Stuart Ravens, chief analyst da área de Thematic Research da GlobalData.
No entanto, nem todos os serviços de TI poderão ter o mesmo impacto e aqueles que estejam ligados a serviços de colaboração de equipas e comunicações unificadas vão sentir «um aumento significativo devido ao trabalho remoto».
Nem todos os sectores são iguais
Dos sectores analisados, aqueles que menores consequências financeiras terão são o de software de segurança com um valor próximo de zero e de gaming com um valor de -10. A GlobalData diz ainda que «outras áreas vão também ter problemas a curto prazo mas que recuperarão depois até ao final do ano», como é o caso das empresas de infraestruturas de TI que vão ter desafios ao nível da cadeia de abastecimento mas que devem ser ultrapassados à medida que o mundo regressa ao normal.
No software e na cloud, a consultora acredita que a «colaboração vai ser essencial» e que se os fornecedores se unirem vão conseguir escapar à crise. Mas há também o reverso da medalha e nas telecomunicações o cenário vai ser diferente e essas empresas «não só devem manter as suas receitas como é bem possível que estas cresçam», diz a GlobalData. Isto apesar da implementação do 5G sofrer atrasos e das consequentes perdas de facturação nesse campo e do possível investimento em infraestrutura para dar resposta às crescentes necessidade de conectividade.