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EAD leva soluções portuguesas até à Roménia

A Empresa de Arquivo de Documentação abriu uma filial em Bucareste, dando início ao seu processo de internacionalização.

A EAD, Empresa de Arquivo de Documentação iniciou o seu processo de internacionalização, escolhendo a Roménia como ponto de partida, com a criação da EAD RO. A nova empresa, sedeada em Bucareste, irá prestar serviços de Business Process Outsourcing (BPO) na optimização de processos documentais das organizações locais, com soluções para diversas áreas das empresas, como despesas de pessoal, accounts payable, mailroom digital e armazenamento na nuvem.

A EAD RO irá, ainda, prestar serviços de desenvolvimento aplicacional na área dos sistemas de gestão documental (DMS), com o software Read, Write & Share (RWS), uma solução de gestão documental e workflow desenvolvida pelos portugueses e disponibilizada em SaaS (Software as a Service), personalizável de acordo com as necessidades de cada organização. Em Portugal, esta solução já conta com mais de cinco mil utilizadores registados, segundo informações veiculadas pela própria empresa.

EAD Digital Romania
À businessIT, Paulo Veiga, fundador e CEO da EAD, explicou que a estratégia de entrada no mercado romeno passou por criar uma subsidiária da EAD focada nos serviços de transformação digital. «Em particular, está vocacionada para apoiar os nossos clientes na reorganização da sua gestão documental de suporte aos seus processos de negócio e suporte ao negócio. Inicialmente, desejávamos estabelecer uma parceria com empresas no mercado, investindo nas mesmas. Mas encontrámos um mercado muito atomizado, sem players de referência e, portanto, esta realidade representava um risco para esse investimento e, ao mesmo tempo, abria a porta para entrarmos sozinhos com as nossas competências, clientes e capital».

O responsável garante que a entrada na Roménia está a ser forte, segura, mas sem exageros. «Não nos podemos esquecer de que somos uma PME, líder de mercado em Portugal com uma faturação estimada em 2019 superior a seis milhões de euros, mas a investir a mais de quatro mil quilómetros».
O contrato para a criação da filial em Bucareste, onde ficará sediada a empresa, já foi assinado, tendo sido igualmente divulgado que Bruno Amaro, empresário radicado na Roménia há doze anos, será o CEO da empresa local.

«A Roménia apresenta uma economia em expansão, com enorme potencial para desenvolvimento de soluções de BPO, incluindo a desmaterialização de documentos. A crescente procura de multinacionais para a implementação dos processos que implementamos em Portugal noutros países onde operam foi o grande motor para esta expansão, mas não só: queremos ajudar a tornar as organizações e empresas romenas a tornarem os seus processos de negócio mais eficientes», disse Paulo Veiga.
«A vasta experiência da EAD e a necessidade crescente de know-how qualificado no mercado romeno tornam esta filial num desafio motivante no sector da gestão documental. As organizações na Roménia têm muito a aprender em matéria de gestão documental e não há melhor altura para o fazer do que agora», considerou Bruno Amaro.

O paradigma do papel
Todos os mercados têm as suas particularidades. No caso da Roménia, Paulo Veiga diz tratar-se de uma dinâmica onde a circulação da informação entre as empresas, os clientes e o próprio estado ainda está assente no paradigma do papel. «É curioso que apenas recentemente começaram a existir seminários sobre transformação digital», comentou Paulo Veiga à businessIT. «Este status quo vigente, suportado na troca de informação ainda em papel e na dinâmica actual dos negócios onde, em algumas áreas, digital e negócio já são sinónimos, levam a que as organizações precisem de investir na reorganização dos processos de trabalho e, como consequência, no processo documentais de suporte aos mesmos».

«Mal comparado», refere Paulo Veiga, faz lembrar Portugal dos anos noventa, mas num mundo completamente diferente. «Posso até referir a satisfação com que os nossos serviços lá são recebidos, serviços perfeitamente usuais em Portugal. Trata-se, portanto, de um novo mundo de oportunidades».

A equipa local de gestão vai ser constituída por um português, o CEO Bruno Amaro e por um engenheiro romeno, Liviu Zamfir, que terá a responsabilidade de operações. «Ambos são apoiados pela nossa equipa em Portugal. A equipa de produção é constituída por cinco pessoas com experiência em serviços de mailroom, digitalização, indexação e suporte de TI. Para 2020 temos prevista a entrada de mais dez pessoas».

Hungria na mira
Está no roadmap da EAD a possibilidade de Bucareste ser um hub de lançamento para outras geografias limítrofes. Paulo Veiga explica que existem vantagens competitivas no mercado romeno para potenciar a prestação de serviços noutros países próximos, como seja a Hungria. «Estou a falar da qualidade dos recursos humanos, custo por hora competitivo, boas infra-estruturas de comunicação ou mesmo a própria ambição dos mais jovens que desejam aprender e trabalhar em multinacionais».