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A Europa está mais inovadora… mas não o suficiente

A inovação na Europa superou, pela primeira vez, a dos Estados Unidos. Mas isso não chega. Em termos reputacionais, e de captação de investimento, o Velho Continente tem ainda um longo caminho a percorrer.

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Se querem prosperar e competir no cenário global, as empresas europeias de tecnologia precisam trabalhar mais para encontrar, atrair e contratar talentos de primeira linha. E isso significa focarem-se mais do que nunca na experiência dos trabalhadores.

Assim, vários são os executivos e responsáveis que defendem que se as empresas de tecnologia europeias vão competir na mesma escala, precisam encontrar maneiras criar disrupção, como por exemplo investir no local de trabalho para melhorar a experiência dos colaboradores. Mas não se trata apenas de trazer talentos fisicamente para a sala. As empresas europeias também devem adoptar as possibilidades de globalização e trabalho flexível.

Até porque agora é possível formar uma equipa de elite, mesmo quando essa equipa está dispersa por todo o mundo. E, é claro, num nível muito prático, a Europa está idealmente situada para atrair funcionários globais por causa de seus fusos horários favoráveis. Em Londres, como em Portugal, é possível lidar com os países da Ásia Pacífico e da costa leste dos EUA num dia útil.

Escalar a ambição
Nos Estados Unidos, as rondas de financiamento costumam chegar às centenas de milhões de dólares – reflectindo a abordagem do “céu é o limite” de muitas empresas americanas. Mesmo que não consigam replicar isso, os analistas dizem que as empresas de tecnologia europeias devem inspirar-se nos seus colegas americanos.

E se por vezes as coisas podem parecer um pouco mais cautelosas na Europa, alguns estrategas e executivos vêm esta atitude não como cautela mas antes como falta de ambição das empresas nas suas perspectivas quando se trata de financiamento. «Não há como negar o impacto que uma enorme injecção de dinheiro pode ter na capacidade de uma empresa prosperar, portanto, as empresas europeias devem-se esforçar para alcançar» reflecte Pedro Bados, CEO da Nexthink, um executivo que em vários órgãos de comunicação social dá a sua visão sobre uma Europa mais inovadora.

Jaime Quesado, economista, gestor e especialista em inovação e competitividade, defende que a inovação social, numa sociedade mais exigente e em mudança, representa uma nova plataforma colaborativa entre aqueles que estão a reforçar o desafio estratégico das competências centrais da sociedade, qualificando-as como formas únicas de criar valor e modernidade. «A Europa enfrenta uma oportunidade única, pois há mais tempo para a inovação social, que é o que todos nós queremos para a sociedade europeia no futuro».

O gestor diz que o foco na inovação e no conhecimento como propulsores da criação de valor agregado com a divulgação internacional é um desafio único que pode ser a resposta para uma nova maneira de interacção entre aqueles que têm a responsabilidade de pensar e aqueles que têm a responsabilidade de produzir bens e serviços. «Precisamos que a Europa tenha um novo desafio, onde também possa ser a plataforma real de uma sociedade mais empreendedora, centrada em novas áreas de conhecimento e novos sectores de valor. Como parte da era da inovação social, a palavra-chave deve ser ‘co-criação’. Promover um processo criativo dinâmico e activo que envolva cada cidadão é o principal desafio da Europa ao longo dos próximos anos».