Empreendedorismo

HUUB quer ser a “Amazon da moda”

A startup portuguesa criou uma solução completa para a área de logística, especialmente dedicada ao mundo da moda, que integra todas as fases da cadeia de abastecimento de uma marca.

A HUUB opera na área de supply chain para a indústria da moda quer dar às «empresas independentes uma maior eficiência e capacidade competitiva», independentemente da sua «dimensão ou volume de negócio» através de melhorias ao nível da logística, explicou, à businessIT, Tiago Craveiro, co-fundador e chief product officer da startup. A startup quer tornar-se a “Amazon” do sector da moda e, para tal, o empreendedor, em conjunto com os sócios Luís Roque, Pedro Santos e Tiago Paiva, desenvolveu uma ferramenta que «gere o fluxo físico da operação das marcas de moda, desde a interação com os fornecedores e recepção das mercadorias até ao cliente final com entregas e devoluções».

A HUBB disponibiliza assim uma solução «end-to-end e, ao mesmo tempo, multicanal, servindo retalhistas, e-commerce, lojas próprias ou qualquer outro canal de venda», a Spoke. Esta plataforma é o centro de tudo, salientou o responsável: «É o coração digital da HUUB e sustenta toda a nossa proposta de valor». A ferramenta «garante que o fluxo físico se converte em fluxo de dados» e que dessa forma, as marcas podem «externalizar a sua operação com total visibilidade e controlo da mesma». Essa «transparência assente numa plataforma colaborativa é o que faz do Spoke uma plataforma diferenciadora», disse.

Além disso, o software, que está preparado para a indústria da moda, tem potencial para se adaptar a qualquer outra actividade como esclareceu o co-fundador: «Sabemos que o dinamismo e a complexidade da indústria (da moda) são altíssimos e que, trabalhando este sector, estamos preparados para qualquer desafio em supply chain».

Globalização é natural
Quanto à expansão do negócio, Tiago Craveiro salientou que «num negócio como a logística e num universo como a moda para escalar o negócio é necessário de alguma forma ser agnóstico à geografia» e que esse «tem sido o caminho da HUUB». Assim, a startup trabalha em mais de «120 mercados de distribuição», mas está fisicamente no mercado nacional com pontos estratégico na Holanda e, em breve, em Espanha.

«Comercialmente, o foco são os ecossistemas de moda europeus, como Londres, Paris, Milão, Barcelona e Berlim» mas «os EUA assumem particular relevância», onde a empresa vai «abrir operação em 2020». Para isso, contam com o apoio da Maersk, gigante da área da logística» da qual conseguiram recentemente um financiamento de 1,5 milhões de euros. Além da internacionalização, a parceria vai ainda «acrescentar valor, em termos de know how e experiência».

Investimento para crescer
A startup, que trabalha actualmente com cinquenta marcas, aposta no crescimento e Tiago Craveiro destacou «o lado tecnológico» em que «o investimento tech da HUUB até 2020 irá cifrar-se em cerca de dois milhões de euros, canalizados fundamentalmente para a contratação de trinta novas posições e o reforço junto dos parceiros estratégicos Amazon Web Services e Google Cloud Platform».

O responsável revelou qual é o plano: «Há muitos mercados verticais onde queremos continuar a crescer. Destaco a vertente de negócio, onde o objectivo é triplicar o número de marcas e continuar com elevados índices de retenção rumo a um crescimento exponencial, mas também objectivos fortes no recrutamento e captação de talento. Devemos terminar o ano de 2019 com cerca de 85 colaboradores».