Além Fronteiras

Lenovo aposta em equipamentos inteligentes e na segurança

A Lenovo apresentou na capital da Catalunha algumas das novidades lançadas durante o seu evento Accelerate 2019, que se realizou em Maio nos EUA, e revelou a sua estratégia para o mercado empresarial.

A Lenovo convidou a comunicação social para apresentar as novas propostas para profissionais e a sua visão e estratégia para o segmento profissional. Kevin Beck, embaixador e analista da Lenovo (ou, como gosta de se intitular, «explicador de coisas») disse que a empresa sempre apostou na qualidade dos seus produtos, privilegiando a «durabilidade, fiabilidade e usabilidade». O foco é também posto na «produtividade do utilizador para ajudar as organizações a atingirem os seus objectivos». Esta aposta surge agora aliada a um design que «normalmente só se vê em equipamentos do mercado de consumo» e à «inovação», por exemplo ao nível dos sistemas de refrigeração e da segurança para conseguir uma «oferta diferenciadora».

A Lenovo está num «processo de transformação» para ajudar as empresas a serem mais eficientes que engloba três aspectos: «a força e local de trabalho; TI modernas com destaque para a transformação digital e na segurança; e tecnologias emergentes como realidade aumentada (RA), realidade virtual, 5G e inteligência artificial (IA)». Tudo isto para «conseguir equipamentos e locais de trabalho mais inteligentes que proporcionem negócios mais inteligentes», salientou o responsável. Kevin Beck explicou que fundamentalmente a Lenovo quer «ter tecnologia inteligente para todos os negócios».

O analista referiu que todas «as novidades desenvolvidas pelos mais de trezentos engenheiros dos centros de inovação da Lenovo», no Japão, são sempre feitas em «conjunto com os utilizadores e as organizações» a quem a empresa «pede constantes feedbacks» para ter «produtos que correspondam ao que os clientes realmente precisam».

Foco na Internet das Coisas
Em destaque na apresentação estiveram os novos ThinkCenter Nano e Nano IoT, o primeiro é o computador comercial mais pequeno do mundo, que é pouco maior que uma caneta; o segundo é um gateway para a Internet das Coisas (IoT). Estas soluções têm como objectivo oferecer desempenho e ser uma forma de impulsionar aplicações e sistemas de IoT especialmente na indústria 4.0, em edifícios inteligentes e no sector do retalho. «A IoT está a explodir», disse Kevin Beck e o ThinkCenter Nano IoT é a resposta «para as novas necessidades de edge computing que esta explosão e aumento de dados estão a trazer», ao mesmo tempo que corresponde aos requisitos de «desempenho e segurança» que os negócios necessitam.

Outros dos produtos apresentado foi o ThinkReality, uma solução de realidade aumentada composta por hardware e software que permite que os utilizadores coloquem, interajam e colaborem com informações digitais 3D no mundo real. O primeiro dispositivo do portfólio é o ThinkReality A6, uns óculos de RA destinados a aplicações empresarias. Este «dispositivo oferece inúmeras oportunidades», por exemplo, para «reduzir tempos de reparação, eliminar erros, agilizar fluxos de trabalho complexos, melhorar a qualidade de formação, colaborar e até reduzir custos de manutenção», acrescentou o responsável da Lenovo.

Segurança no topo das prioridades
A Lenovo tem na segurança a sua «prioridade máxima» revelou Beck. O ThinkShield é a abordagem de protecção end-to-end utilizada pela tecnológica que «se concentra nos pontos de maior relevância para o consumidor e as empresas: dados, identidade, online e equipamento», esclareceu o analista. Este conjunto de recursos de software e hardware incluem, entre outros, doze formas de autenticação que podem ser combinadas; privacidade embutida designada ePrivacy que impossibilita a visualização do que se passa no ecrã excepto para quem está mesmo em frente e detecta quando há mais do que uma pessoa a olhar e desliga o display; uma ferramenta que identifica Wi-Fi perigosos e uma solução para detectar a ligação de endpoints não autorizados.

A empresa tem ainda uma preocupação acrescida em garantir uma «cadeia de abastecimento segura» com um «programa de fornecedores de confiança» e um «sistema de fabrico, embalamento e distribuição seguro», concluiu o executivo.

Lenovo e Ducati: um ano de parceria
A Lenovo é, desde Abril de 2018, parceira tecnológica da Ducati Corse, equipa que compete na categoria máxima do desporto motorizado de duas rodas, o MotoGP. Depois de o ano passado termos ido à Catalunha conhecer de que forma a tecnológica estava a ajudar a equipa italiana a melhorar o seu desempenho dentro, e fora da pista, este ano fomos perceber como está a evoluir esta colaboração que foi estendida até 2021.

Gigi Dall’Igna, director-geral da Ducati, explicou ao grupo de jornalistas presentes no lounge da marca, no circuito de Montmeló, que a tecnologia é «muito importante no motociclismo» e que o «poder de computação é vital na simulação para o desenvolvimento do chassi e do motor, na electrónica e na análise de dados».

Gabriele Conti, director de software e estratégia da equipa italiana, fez um balanço da parceria e disse que «o mais importante é o apoio técnico que recebem da Lenovo» e «a rapidez com que as soluções permitem analisar os dados recolhidos na pista». Cada moto tem cerca de trinta sensores que fornecem informações que necessitam de ser descarregadas, analisadas e verificadas e que são cerca de 60 GB por cada fim-de-semana de treinos e corridas.

O responsável técnico destacou ainda outros factores: «Precisamos ter uma grande velocidade nos cálculos, análise e na transferência dos dados, mas também fiabilidade e segurança – temos isso com a Lenovo». A grande novidade deste ano é o recurso a um sistema de computação de alto desempenho (high performance computing) ThinkSystem SR630, SD530 e SR650 para ajudar neste processo.

No entanto, a Ducati tem em mente «o desenvolvimento de dispositivos especiais», alguns capazes de ser colocados na mota, referiu Gigi Dall’Igna. «Espero que possamos ter novas ideias sobre o que é esta parceria, além da colaboração standard», acrescentou.

As novas tecnologias foram outro dos temas abordados e Gabriel Conti revelou que o próximo passo é uma «maior utilização de machine learning e inteligência artificial» para «melhorar as prestações nas corridas».