Através de tecnologias europeias, nomeadamente de uma solução de PKI (Public key infrastructure) escalonável, a BlueCerts, que recentemente se instalou em Viana do Castelo, diz ter por principal objectivo ajudar as empresas a realizarem transacções desmaterializadas. Ou seja, a BlueCerts diz ter a capacidade para ajudar pessoas e negócios a garantirem um futuro digital de sucesso, «protegendo os seus dados de acordo com os mais altos padrões de segurança para, num mais alto desígnio, garantir uma melhor e mais segura Internet», disse Jean-Marie Giraud, responsável da empresa no País.
Uma das “bandeiras” que a BlueCerts usa é o facto de ter totalmente europeia, uma questão que se torna particularmente relevante quando vemos empresas não-europeias a verem as suas tecnologias colocadas em causa por motivos de segurança. Assim, Jean-Marie Giraud explicou a importância da empresa se apresentar como europeia e, mais ainda, como suíça. «Oferecemos soluções de desempenho de classe mundial». Apesar de ter algum investimento francês e usar tecnologia suíça, a empresa apresenta-se como 100% portuguesa. «Somos portugueses e agimos como portugueses», disse-nos Jean-Marie Giraud. De resto, a empresa está instalada em Viana do Castelo.
A importância dos dados
A BlueCerts não tem qualquer dúvida da importância que hoje as empresas dão aos seus dados e o quanto estão cientes da necessidade da sua protecção. «As empresas querem ter os seus dados disponíveis e protegidos. Hoje, tudo anda à volta dos dados e da necessidade de termos a informação certa no momento adequado. As empresas querem ter o controlo dessa informação».
Se olharmos para a economia inteligente e para a quantidade de dados que têm de ser recolhidos, se olharmos para a Inteligência Artificial que está a chegar agora às empresas, «vemos a quantidade insana de informação que temos ao nosso dispor», lembra Jean-Marie Giraud. Ora, para o CEO, e salientando a questão da necessidade de controlo, «não vamos querer que esses dados «estejam permanentemente nas mãos de empresas norte-americanos ou chinesas».
Porquê Portugal?
A BlueCerts escolheu Portugal para montar a sua actividade. E basicamente fê-lo por duas razões. Primeiro, diz Jean-Marie Giraud que Portugal se está a tornar num dos países líderes em economia digital. Exemplo disso foi a deslocalização da Web Summit para Lisboa. «E não só se deslocalizou como houve um compromisso a dez anos».
Depois, porque Portugal soube aproveitar o facto de a Europa precisar de uma alternativa digital a países como, por exemplo, a Estónia que estava a concentrar todas as atenções. «Portugal conseguiu demonstrar que tem capacidade para formar recursos humanos de qualidade e isso é muito importante neste sector».
Com base em tudo isto, e no facto de o ecossistema em Portugal ter vindo a demonstrar cada vez mais maturidade, desde incubadoras a startups, além das vantagens fiscais, foram fundamentais na escolha desta geografia.
Viana do Castelo acabou por ser o primeiro ponto de contacto em Portugal já que o parceiro que ajudou a BlueCerts nesta verdadeira aventura lusa era de lá mas, mais que tudo, pelo facto de Viana se querer assumir como um ‘tech hub’.