Estima-se que os gastos mundiais em serviços e infra-estrutura de cloud pública atinjam os 187 mil milhões de euros já este ano, um aumento de 23,8% em relação a 2018, diz a IDC.
O “consumo” de cloud pública continua a aumentar. Para este ano, a IDC estima que, entre serviços e infra-estrutura, o investimento atinja os 187 mil milhões de euros. Ou seja, mais 23,8% do que em 2018, segundo o relatório ‘Worldwide Semiannual Public CloudServices Spending Guide’ divulgado pela IDC.
Embora o crescimento anual dos gastos deva desacelerar levemente durante o período da previsão 2017-2022, o mercado poderá alcançar uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) a cinco anos de 22,5%, com os gastos em serviços de nuvem pública a atingirem os 370 mil milhões de euros, em 2022.
O que é nuvem pública?
O modelo de nuvem pública é apontado como o mais comum e utilizado por empresas de todo o mundo. Nesse tipo de contrato, o fornecedor tem servidores próprios onde aloca dados, softwares e sistemas dos seus clientes de forma independente e isolada. Como a infra-estrutura mantida pelo fornecedor é partilhada, a nuvem pública é mais acessível a vários tamanhos de negócio, sendo mais barata e adaptável. A este modelo de SaaS é apontada como grande vantagem o facto de, a um preço acessível, os clientes conseguirem redimensionar facilmente a oferta do serviço de acordo com sua própria procura, deixando de ter o perigo de recursos insuficientes.
Estes números são expressivos e confirmam a tendência que se tem vindo a registar pelo menos nos últimos cinco anos: a cloud pública capta a maior parte do investimento em infra-estrutura de TI na nuvem. As razões para a adopção da vertente pública da nuvem são unânimes: a maioria das organizações adoptou este conceito como uma plataforma económica para hospedar aplicações corporativas e desenvolver e implantar soluções voltadas para o cliente.
No relatório da IDC lê-se que o uso de plataformas e ecossistemas em nuvem vão ser a rampa de lançamento para a inovação, com o número de novas aplicações desenvolvidas na a cloud a ser superior às desenvolvidas nas últimas quatro décadas, algo que a consultora apelida de ‘inovação multiplicada’.
Compra de aplicações lidera gastos
Banca, serviços profissionais e produção discreta serão as três indústrias que mais irão consumir cloud pública até 2022. Cada deverá gastar mais de 17,8 mil milhões de euros em serviços de nuvem pública por ano, o que corresponde a mais de um terço do total mundial. As indústrias que terão o crescimento mais rápido de gastos ao longo do período de previsão de cinco anos vão ser os serviços profissionais, retalho e serviços pessoais e ao consumidor.
O software como serviço (SaaS) captará mais de metade de todos os gastos em cloud pública em 2019. Entre estes gastos, a compra de aplicações será a que vai levar a maior fatia do bolo, nomeadamente gestão de recursos corporativos (ERM), gestão de relacionamento com o cliente (CRM), aplicações de gestão conteúdos e fluxo de trabalho e aplicações colaborativas.
Cloud ultrapassa “tradicional”
Nos últimos três meses de 2018 fez-se “história”. No terceiro trimestre do ano passado, pela primeira vez, a receita trimestral de fornecedores de vendas de produtos de infra-estrutura de TI em nuvem ultrapassou a receita de vendas em ambientes de TI tradicionais. A cloud já representa 50,9% do total das receitas de fornecedores de infra-estrutura de TI, quando há um ano representava 43,6%. Até 2022, a IDC espera que a infra-estrutura de TI tradicional represente apenas 42,4% do total mundial dos recursos destinados para esta área, uma queda em relação aos 52,6% em 2018.
Foi na região Ásia/ Pacífico (excluindo o Japão) que o crescimento da receita foi o mais rápido, com 62,6% ano a ano, com a China a crescer a um ritmo ainda mais alto, de 88,7%. Outras regiões que tiveram crescimentos significativos foram o Japão (48,2%), EUA (44,2%) e Canadá (43,4%).