Em Foco

A promessa de uma computação (quase) sem servidores

A abstracção de servidores

A Microsoft é uma das empresas apontadas pelas consultoras como das mais fortes nesta área. Luís Silva, director da unidade de negócio de cloud & enterprise da Microsoft Portugal, confirmou-nos que serveless computing é, para a empresa, uma abstracção dos servidores, da infra-estrutura e dos sistemas operativos. «Trata-se de um conjunto de serviços, totalmente geridos, que permitem a criação de aplicações, sem necessidade de aprovisionamento ou gestão de servidores».

O Microsoft Azure tem uma plataforma completa de serverless computing com um conjunto de serviços totalmente geridos: computação, armazenamento, bases de dados, serviços de orquestração, serviços de monitorização e análise, serviços de inteligência.

As vantagens desta abordagem são múltiplas, segundo Luís Silva, nomeadamente, a não existência da necessidade de gestão da infra-estrutura e da capacidade de aprovisionamento automático, de acordo com a necessidade, e de forma completamente transparente. O responsável fala ainda em «pagar apenas quando um determinado serviço está em execução» e «integração completa com DevOps e com outros serviços externos como SendGrid, Twilio, Box, Dropbox, FTP, Google Drive e OneDrive, entre outros». Em suma: a Microsoft acredita que as empresas podem, assim, focar-se na maior agilidade e escalabilidade, «o que permite aos programadores concentração no código, enquanto a plataforma depois toma conta do resto».

Mais usado em novas aplicações

Muito embora em Portugal existam muitos cenários de integração em aplicações existentes, é mais frequente a utilização destes serviços aquando da criação de novas aplicações, confessa Luís Silva. «Os programadores que necessitam de criar rapidamente uma plataforma de backend com capacidade para se ligar a qualquer plataforma ou dispositivo, vêem no Azure uma plataforma de serverless computing completamente integrada e preparada para o mercado empresarial». Os cenários mais comuns de utilização são aplicações Web, backend de IoT, integração com SaaS e backends móveis.

Luís Silva comenta que, tendencialmente, os programadores não gostam de investir o seu tempo em tarefas repetitivas como definições de arquitectura e implementações. «Os ciclos de desenvolvimento são hoje mais curtos e as equipas precisam de entregar a uma velocidade superior. Por outro lado, existe uma preocupação maior com latências, escalabilidade, disponibilidade, falhas de segurança».

Todos estes desafios são endereçados com serveless computing, sendo que o crescimento e a adopção mais generalizada destes serviços é, para Luís Silva, uma questão de tempo e está diretamente relacionada com o conhecimento e nível de maturidade em cloud dos clientes.