Quem é quem na nova banca?
Fundada em 2013, o N26, com sede em Berlim, está presente em mais de 17 países. Chegou a Portugal no final de 2016 quando teve uma autorização de actividade emitida pelo Banco de Portugal.
Segundo a Forbes, a empresa foi criada por dois amigos, Valentin Stalf e Maximilian Tayenthal, que estavam cansados de ver a falta de inovação no setor bancário. Hoje, têm mais de um milhão de clientes. No final de Março, esta fintech fechou uma das maiores rodadas de financiamento privado na Europa até hoje, por 130 milhões de euros. Isso foi possível graças ao Allianz X, a unidade de investimento digital do Allianz Group, e ao gigante chinês Tencent. Um grande impulso para o neo banqueiro alemão, que acaba de cruzar o oceano para tentar a sua sorte nos Estados Unidos.
A Revolut foi lançada em Julho de 2015, em Londres, pelos jovens empreendedores Nikolay Storonky e vlad Yatsenko. Esta fintech britânica tem actualmente mais de 1,7 milhões de clientes na Europa mas, ao contrário do N26, ainda não possui uma licença bancária, pelo que se apoia no Lloyds Bank e no Barclays. O seu objectivo, divulgado na comunicação social internacional, é ser independente a partir deste Verão. Em Portugal, está desde finais de Outubro de 2017.
Mais que uma carteira digital
Verificado o “historial”, resolvemos finalmente abrir as “contas”. Em ambos os casos, o processo é simples pelo que não entraremos em muitos detalhes. No caso do N26 não demoramos os oito minutos prometidos, demoramos onze, mas admitimos que foi apenas porque não conseguíamos validar o passaporte, obrigatório para finalizar o processo.
Mas há que diferenciar os dois produtos financeiros. As soluções Revolut baseiam-se numa conta de pagamentos e num cartão de débito que esta fintech fornece gratuitamente aos clientes, ambos geridos através de uma aplicação móvel. A solução Revolut é usada, sobretudo, por quem viaja muito, já que a aplicação funciona com pré-carregamento (top up) e permite, depois, a conversão instantânea e gratuita de uma moeda para outra, entre 25 moedas mundiais.
A grande vantagem é que a taxa real é a do momento, sem “acréscimos” ou comissões. Com o cartão Revolur é também possível levantar até 200 euros por mês nas caixas automáticas dos países, sem custos. Isto na versão básica, gratuita, já que, quer a Revolut, quer o N26 têm versões premium com alargamento dos serviços e montantes de levantamento. Mas o importante é que levamos o nosso Revolut a passear pela Europa e comprovamos que nenhuma taxa nos foi cobrada.
Resumindo: primeiro, carregar o cartão é gratuito. No nosso caso, fizemo-lo através do Montepio, que não nos cobrou qualquer comissão, basicamente é como se estivéssemos a pagar um serviço. Usar o cartão nos terminais de pagamento é igualmente gratuito. Por cada vez que passamos o cartão não nos foi cobrada qualquer taxa, assim como em compras online – Ryanair (ou não estivéssemos em período de férias) e Amazon – o valor retirado foi o da factura, sem qualquer acréscimo. Nos levantamentos em ATM (neste caso só o fizemos em Espanha), também não nos cobraram qualquer taxa de levantamento. Claro que se para os países dentro da SEPA (Single Euro Payments Area) isto pode ser irrelevante, já que os cartões bancários nacionais também não cobram taxas, se falarmos em países fora da zona euro, a poupança já pode ser significativa.
Nestes três meses não viajámos para fora da zona euro, mas Filipe Mourato Gomes, do blog Alma do Viajante, fala sobre a poupança que teve no uso deste cartão, numa viagem ao Brasil. No seu caso, não tanto no câmbio, mas nas taxas. O exemplo dado foi o de um levantamento de quinhentos reais com o seu habitual cartão BPI. Logo de seguida, no mesmo ATM, levantou a mesma quantia com o cartão Revolut. «Dias depois, conferi os movimentos bancários e, sem surpresa, poupei dinheiro com o Revolut». Convertidos em euros, os custos foram os seguintes: no BPI, o levantamento, convertido em euros era de 134,57 euros, com taxas e impostos de 7,16 euros, num total de 141,73 euros. Com o cartão Revolut, o levantamento, convertido em euros, foi 134,48 euros (ou seja, pouco menos do que o BPI), mas com taxas e impostos de zero euros. Ou seja, uma poupança de 7,25 euros num levantamento de mais ou menos 135 euros. Feitas as contas, 5,32% do dinheiro levantado foi adicionado em taxas bancárias e impostos. É por isso que esta solução é indicada para pessoas que viajam, coisa que percebemos pelas várias ‘reviews’ a este cartão que fomos lendo na Internet.
Como informações finais, saiba que o ‘carregamento’ do cartão (creio que não estará errado pensar nele como um pré-pago) é imediato e, se opera com criptomoedas, possivelmente a melhor alternativa será mesmo a Revolut. A fintech britânica permite comprar e trocar entre mais de 25 criptomoedas diferentes a um bom preço, cobrando uma comissão de 1,5% sobre o preço médio da troca.