Não são propriamente bancos, mas oferecem serviços financeiros. As fintechs prometem revolucionar a banca tradicional com cartões gratuitos, sem comissão de manutenção e com taxas de câmbio mais baratas. A businessIT fez um teste com estas soluções e há três meses que é cliente N26 e Revolut.
«A primeira conta sem banco, sem comissões e sem condições», «abra uma conta em menos de oito minutos» ou «entrar em contacto connosco é tão fácil quanto enviar uma mansagem pelo WhatsApp a um amigo» são algumas das reivindicações que os novos ‘bancos’ online usam para atrair a atenção do consumidor e potencial cliente.
No nosso caso, da businessIT, conseguiram. E ao invés de (apenas) analisarmos o mercado das tão aclamadas fintech – que a seguir já explicamos o que são – resolvemos servir de cobaias e experimentar este maravilhoso mundo do dinheiro sem fronteiras.
Interacção entre financeiras e tecnológicas
É difícil imaginar um mundo sem Internet ou dispositivos móveis. Tornaram-se elementos fundamentais do nosso estilo de vida e trouxeram um elevado grau de disrupção a praticamente todas as áreas de negócio. A indústria de serviços financeiros não é excepção. A revolução digital está a transformar a forma como os clientes acedem a produtos e serviços e embora este sector tenha experimentado um elevado grau de mudança nos últimos anos, a constante penetração de aplicações orientadas para a tecnologia em quase todos os segmentos é algo relativamente novo.
Na intersecção das finanças e da tecnologia há um fenómeno que tem vindo a acelerar a mudança a um ritmo notável e está a reformular o status quo da indústria – chamam-se fintech e querem revolucionar o sistema bancário tradicional. Querem e estão a fazê-lo.
O que são as fintech
Fintech é um segmento dinâmico na intersecção dos sectores de serviços financeiros e tecnológicos, onde startups focados em tecnologia e novos players no mercado inovam os produtos e serviços actualmente fornecidos pela indústria tradicional.
Como tal, o mercado das fintech está a ganhar um impulso significativo e a causar ruptura na tradicional cadeia de valor. Na verdade, o financiamento de startups fintech mais que dobrou em 2015, atingindo 12,2 mil milhões de dólares, acima dos 5,6 mil milhões em 2014, com base nas empresas incluídas na plataforma da PWC DeNovo. As empresas de ponta do segmento fintech estão a redesenhar o cenário competitivo, desfocando as linhas que definem os participantes deste complexo sector financeiro (ver figura 1).
Mais de 90% dos bancos esperam um crescimento no uso de aplicações móveis, muito superior a qualquer outro sector financeiro.
Serviço ao cliente reinventado
Os players tradicionais ainda estão nos primeiros estádios das soluções orientadas para o cliente, pelo menos quando comparados com as soluções que as fintech propõem. Um inquérito da PwC revela que apenas metade dos entrevistados do sector bancário (53%) acredita que estes são centrados no consumidor, em comparação com mais de 80% dos participantes fintech nesta pesquisa.
Ao priorizar o acesso 24 horas por dia, 7 dias por semana, as fintech oferecem serviços disponíveis através de canais não tradicionais, como redes sociais. Aliás, a consultora advoga que até 2020 as redes sociais serão o principal meio para conectar, envolver, informar e entender os clientes, bem como o local onde os clientes pesquisam e comparam as ofertas dos bancos.
Mãos na massa
Um dos serviços que as fintech proporcionam é a criação de contas bancárias, digamos, virtuais. Virtuais no sentido que só podem ser geridas através do browser e, sobretudo, através de aplicações móveis.
Não há qualquer balcão (ao contrário do Activobank, uma marca Millennium que, sendo sobretudo online, conta com diversos pontos físicos de contacto) pelo que estamos plenamente dependentes da tecnologia.
Resolvemos experimentar duas das soluções com mais presença europeia: a alemã N26 e a britânica Revolut. Mas antes disso – porque apesar de a conta ser virtual, o dinheiro que para lá íamos transferir era bem real! –, resolvemos investigar um pouco da sua história.