Além Fronteiras

Lenovo quer liderar mercado ibérico

Lenovo Madrid

Depois de sustentar a posição número dois no mercado ibérico de vendas de PC, a Lenovo quer ascender a “número 1” já em 2018, pelo menos em Espanha. Para Portugal, o objectivo é o mesmo, mas (ainda) não tem data marcada.

O objectivo da Lenovo não é propriamente “tímido”. A marca chinesa quer liderar, já em 2018, o mercado espanhol de PC e laptops no segmento de consumo, uma atitude que deverá ser considerada igualmente uma meta para o País. «Mas mais para a frente», disse aos jornalistas Alberto Ruano, CEO da Lenovo em Portugal e Espanha. «Temos o produto, temos a equipa, temos o desempenho».

Hoje, 85% do volume de negócios corresponde a Espanha e 15% a Portugal, sendo que 60% das vendas estão no segmento profissional e 40% do consumo. Segundo Alberto Ruano, uma das grandes vantagens da Lenovo é a sua capacidade de fabricação, logo consegue comercializar múltiplas configurações e responder a diferentes necessidades.

A empresa conseguiu crescer 44% no campo das pequenas e médias empresas, o que lhe permitiu atingir a segunda posição na região ibérica. Para isso, a marca conta com 6500 parceiros «que compram regularmente todos os trimestres», avançou o responsável na conferência de imprensa que assinalou os 25 anos da marca Thinkpad.

No consumo, a Lenovo permanece em segundo lugar, logo atrás da HP, embora o objectivo seja tornar-se “número 1” em seis meses e manter a segunda posição em Portugal. Pelo menos, para já. Mas também por cá , a marca quer ser líder. «Primeiro, vamos conquistar a liderança em Espanha e depois queremos o mesmo cenário em Portugal».

A evolução do negócio no ano passado favorece este objectivo. A quota de mercado no País cresceu 33% e em Espanha o aumento foi de 22%. A seu favor a marca tem igualmente as vendas no mercado dos convertíveis, uma vez que 44% dos equipamentos vendidos são da Lenovo.

No mercado de PC da EMEA (Europa, Médio Oriente e África) a Lenovo tem uma participação de 21,1%, de acordo com os dados da IDC relativos ao terceiro trimestre de 2017, o que lhe dá direito a ocupar a segunda posição. No consumo, adicionando PC e tablets, está na primeira posição, assim como é líder entre as grandes empresas. No domínio das PME, está na terceira posição. Já no ambiente dos data center, tem uma participação de 7,5% no mercado EMEA. A marca chinesa é ainda responsável por 12,5% do mercado dos tablets, ocupando o segundo lugar nos dispositivos Android e Windows.

Um dos objectivos é que Portugal passe a representar 20% do volume de negócios de Espanha.

François Bornibus, presidente da Lenovo para a EMEA, destacou nesta conferência de imprensa que o objectivo é continuar a apostar nos mercados onde já são líderes e impulsionar o crescimento nos sectores onde ainda não dominam. Esse crescimento passa pelo «investimento no desenvolvimento de soluções para novos ambientes de trabalho e em novas áreas como a realidade virtual ou a inteligência artificial».

Uma das vantagens que a Lenovo apregoa ter como “arma” é a capacidade de ir adoptando a sua oferta às novas necessidades. Através desta estratégia, a marca espera ganhar 0,5% de participação de mercado a cada trimestre no segmento profissional de PC, de acordo com François Bornibus.

Portugal também quer medalhas

Miguel Coelho, business manager da Lenovo Portugal, assumiu à businessIT estar satisfeito pelo facto de os objectivos traçados para o País serem arrojados, mas também avança que é preciso ir com alguma cautela. Uma das metas avançadas pelos executivos é que Portugal passe a representar 20% do volume de negócios de Espanha, quando hoje representa cerca de 15%. Nada que tenha assustado Miguel Coelho, apesar de «ser uma cifra que exige respeito». «O objectivo é crescer e estamos a fazê-lo. E é óbvio que queremos ter cada vez mais peso dentro desta geografia».

Em Espanha, os responsáveis pelo negócio admitiram que para que a posição cimeira seja alcançada é necessário tornar a área da Educação uma clara prioridade, o mesmo devendo acontecer no País. No que diz respeito à Administração Pública – em Portugal a Lenovo não está directamente neste sector, fá-lo através de parceiros – Miguel Coelho classificou 2017 como «um ano interessante», fruto de «projectos de algum relevo em ministérios como o da Segurança Social ou Saúde».

Hoje, a presença na Administração Pública «é praticamente obrigatória» caso as marcas queiram ter algum relevo dentro do sector empresarial, destaca Miguel Coelho. «Mas defendo que essa presença deve ser equilibrada, entre público e privado, até porque no sector do Estado o preço é, na esmagadora maioria dos casos, o factor de decisão, enquanto no privado há outros parâmetros, desde a qualidade à garantia».