Já se sabia que a Huawei não ia apresentar qualquer telefone inteligente no Mobile World Congress. A marca chinesa acabou por usar a vitrina de Barcelona para apresentar um novo portátil de “corte” profissional, um tablet em duas versões e para “abraçar” o 5G.
Este ano, a empresa chinesa Huawei optou por não lançar qualquer telemóvel no MWC, ao contrário da edição do ano passado, quando apresentou a nova versão da sua mais famosa linha de smartphones, o P10. Mas era outra conjuntura. Em 2017, a Samsung deixava vazio “o trono” do telefone móvel mais esperado do MWC, atrasando a apresentação do seu Galaxy S8, pelo que havia de aproveitar o momento. E a Huawei assim o fez.
Mas este ano, o cenário é diferente, tendo a marca chinesa confirmado que realizará o seu próprio evento em Paris, no próximo dia dia 27 de Março, onde lançará o esperado modelo P20.
Assim, o MateBook X Pro foi o grande lançamento da Huawei em Barcelona, a menos de 24 horas da abertura oficial do Mobile World Congress. O dispositivo é destinado a utilizadores profissionais, tenta rivalizar com o MacBook mas… não vai estar disponível no mercado nacional, pelo menos numa primeira fase.
O Huawei MateBook X Pro tem um tamanho de ecrã de 13,9 polegadas (ocupa 91% do corpo do equipamento) com uma resolução de 3000×2000 pixels e uma densidade de 260 ppi. A empresa salientou que foi feito um esforço de eficiência para que o ecrã táctil, Gorilla Glass, tenha um consumo baixo de energia.
O acabamento deste notebook é estilizado. É notória a vontade de competir com os MacBook da Apple, até pelo facto das comparações serem sobretudo com os produtos da marca da maçã, de resto algo que a Huawei gosta particularmente de fazer nas suas apresentações.
De acordo com Richard Yu, CEO da Huawei Consumer Business Group, o MateBook X Pro é um pouco mais fino do que o MacBook Pro 13. Mas mais milímetros, menos milímetro, o laptop da empresa chinesa tem uma espessura de 14,6 mm num dos lados e 4,9 mm, no outro . O peso também segue o esquema minimalista, apenas 1,33 kg.
Os gráficos estão “a cargo” da Nvidia, com uma placa Geforce MX150. Richard Yu destacou o uso do equipamento para a área do design e para o mundo dos jogos, graças à sua capacidade gráfica.
O que não falta é som surround, com quatro alto-falantes, dois deles integrados no alto do touchpad. A empresa chinesa conta com Dolby como “sócio” neste campo, com quem colaboraram para projectar o sistema de áudio. O microfone também possui quatro pontos de recepção do som.
Uma das novidades introduzidas pelo MateBook X Pro está no botão de energia. Até agora, este estava de um lado e o leitor de impressão digital do outro. No entanto, no novo equipamento, ambas as funcionalidades estão no mesmo botão. Depois de activá-lo, o dispositivo reconhece o utilizador autorizado. O início rápido foi acelerado para começar em 7,8 segundos.
A câmara do MateBook X Pro é outro dos detalhes do novo notebook. Em vez de estar colocada no ecrã ou ao lado, a câmara sobe após pressionarmos um botão no teclado, como se dos faróis de alguns carros desportivos se tratasse.
O sistema operacional é o Windows 10. Mas a colaboração com a Microsoft vai mais além. O MateBook X Pro integrou o tradutor que a empresa desenvolveu para a Huawei (presente no smartphone Mate 10) e também possui o assistente pessoal Cortana.
O preço do MateBook X Pro vai de 1499 euros até 1899 euros, dependendo do processador, da RAM (8 GB ou 16 GB) e da capacidade de armazenamento.
Os tablets viajam para Portugal
A Huawei também aproveitou a oportunidade para apresentar um novo tablet: o MediaPad M5. É um dispositivo com uma resolução de 2560×1600 pixels e com tamanhos de ecrã de 10,8 e 8,4 polegadas. Os preços começam nos 349 euros e estão disponíveis em Portugal já no próximo mês de Março.
Além desses dois tamanhos, a versão Pro do dispositivo também foi apresentada, que possui alguns recursos mais voltados para os utilizadores que procuram produtividade. O MediaPad M5 Pro (10,8 polegadas) torna-se num laptop simplesmente anexando-o ao teclado, seguindo o conceito do Surface. Em dois segundos, o sistema reconhece o acessório e muda automaticamente a sua interface para o modo desktop.
O ponto culminante das apresentações foi o 5G. A tecnologia, que está destinada a suceder ao 4G e dar impulso à Internet das coisas, terá um papel proeminente neste Mobile World Congress. A empresa chinesa apresentou o primeiro chip 5G para dispositivos, o Huawei Balong 5G01, que pode fornecer uma velocidade de download de 2,3 Gbps.
Durante a apresentação, o CEO congratulou-se com os números alcançados. A Huawei vendeu 153 milhões de smartphones e aumentou as suas receitas em 30%. O brand awareness, algo que a marca luta nos últimos anos, aumentou 85%.