No Demo Day, as startups da segunda edição do programa de aceleração do Techstars Lisbon, realizado em parceria com a Semapa NEXT, procuraram convencer mais de duzentos investidores nacionais e internacionais a investir nos seus negócios. Foi o culminar do programa de doze semanas que arrancou em Março e que permitiu aos empreendedores terem «acesso à rede internacional da Techstars», à «experiência dos mentores do Grupo Semapa» e à «comunidade de empreendedorismo em Portugal», elementos essenciais para um «crescimento rápido», explica Hugo Augusto, managing director da Techstars Lisbon.
O programa teve de ser adaptado à nova realidade sendo feito totalmente online, em vez de acontecer presencialmente como previsto. A mudança para um conceito virtual não foi tão complexa como seria de esperar já que o modelo não é estranho à aceleradora como revela o responsável: «A transição para online foi muito exigente pelos timings necessários que nos obrigaram a mudar em 24 horas mas obtivemos resultados muito positivos. Felizmente, a Techstars tem muita experiência em fazer programas virtuais (Techstars Anywhere) o que permitiu uma adaptação rápida».
Hugo Augusto salienta também o apoio da Semapa NEXT e que o formato «ajudou a adicionar mais valor» já que aproveitaram para «explorar a oportunidade do formato virtual para reforçar o programa com conteúdos adicionais sobre gestão de crise, adaptação estratégia e gestão de tesouraria durante crises económicas.
Também adicionámos sessões com mentores que viveram as crises para partilharem os factores críticos para se sobreviver com sucesso em situações similares. Por fim, convidámos empreendedores, com empresas em estágios de maior maturidade, para partilharem as suas estratégias para lidar com o contexto actual».
As dez vencedoras
No programa deste ano foram apoiadas startups ligadas às áreas de tecnologia industrial, transportes, viagens e lazer, sustentabilidade e ambiente. O processo de selecção das jovens empresas consistiu «em três fases de entrevista e uma fase de due-diligence legal», ou seja, diz Hugo Augusto. O primeiro passo foi a análise das candidaturas, que foram cerca de seiscentas. Dessas foram seleccionadas sessenta, as quais passaram por várias entrevistas até chegarem a vinte que fizeram «uma apresentação final a um screening committee composto por membros da Semapa Next, Semapa, Techstars, e empresas de venture capital locais e internacionais. Foi daí que saíram as dez vencedoras que foram aceleradas.
De Portugal, foram selecionadas a Rnters, EmotAI e Secret City Trails; dos Estados Unidos vieram a Apres, cujo fundador se mudou definitivamente de São Francisco para Lisboa, a Labby, a Left e a VueBox; da Austrália veio a ParaSpace; de Israel a QSEE e de França a TicTacTrip.
Sobre esta segunda edição do programa, Ricardo Pires, CEO da Semapa NEXT, diz que o balanço «é extremamente positivo» e explica o porquê do apoio: «A ambição global que move estas equipas no desenvolvimento de soluções que produzem impacto positivo na sociedade nos mais diversos sectores de actividade deixa-nos orgulhosos e motivados para continuar a promover o seu crescimento».