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AWS e Microsoft lideram cloud em Portugal

A IDC lançou o estudo Cloud Computing Market in Portugal 2018 -2022 que revela que a despesa com a nuvem, em 2018, foi de 152 milhões de euros e que a Amazon Web Services (AWS) e a Microsoft dominam o mercado.

A cloud, em conjunto com o mobile, o big data e as redes sociais, faz parte da 3.ª Plataforma, a classificação criada pela IDC para mostrar a evolução da transformação digital dos negócios. Segundo a consultora, em poucas décadas, «as tecnologias de informação (TI) passaram do back office (1.ª Plataforma) para o front office (2.ª Plataforma) e, finalmente para o out of the office (3.ª Plataforma)». Conforme explicou, à businessIT, Gabriel Coimbra, group vice president e country manager da IDC Portugal, «a mobilidade desenvolveu-se de forma rápida em Portugal, mas a cloud está menos madura e têm de existir mais esforços nessa área». É visível a importância destas tecnologias no inquérito Economia digital em Portugal 2018 da IDC, em que de todos as tecnologias da 3.ª Plataforma, aquela que mais importam para as empresas nacionais são a mobilidade e cloud com 62% e 54%, respectivamente.

O responsável refere ainda que as organizações nacionais que «adoptaram iniciativas de transformação digital estão a reformular os seus negócios e a sua tecnologia e, em simultâneo, a reestruturar os seus sistemas para obterem agilidade e escala. E neste contexto, as tecnologias de cloud computing são um elemento central desta transformação».

O estudo sobre o mercado nacional de TIC entre 2018-2020 da IDC concluiu que Portugal irá crescer 2,2% este ano e que as tecnologias da 3ª Plataforma e os aceleradores de inovação (IoT, robótica, impressão 3D, interfaces naturais, sistemas cognitivos e inteligência artificial) vão ter um forte aumento até 2022, que se estima irão representar uma oportunidade superior a 5 mil milhões de euros. Em destaque neste crescimento estará a cloud.

Adopção a crescer
De acordo com o Cloud Computing Market in Portugal 2018 -2022, apenas 6% das organizações nacionais não têm intenção de adoptar serviços de cloud computing sendo que a «a maturidade da adopção no território nacional tem vindo a aumentar nos últimos anos». No entanto, «esta maturidade ainda é inferior à da média europeia», salientou o responsável. Na verdade, «ainda existem diferenças assinaláveis entre a maturidade das grandes empresas e a maturidade das restantes empresas», assim como entre os «diferentes sectores de actividade». Gabriel Coimbra realçou que à medida que o ecossistema de parceiros cresce em território nacional, «quer pela entrada de novos players, quer pela aposta na criação de uma rede de parcerias com empresas nacionais», tal vai contribuir para «aumentar os níveis de maturidade e de adopção de serviços de cloud» em Portugal.

Em relação aos desafios, Gabriel Coimbra destacou que, para a maioria das organizações nacionais, é o «desenvolvimento de um roteiro para a adopção da cloud que inclua as diferentes áreas de negócio e o departamento de TI». Por outro lado, o responsável disse que as organizações portuguesas «estão preocupadas em aproveitar devidamente as funcionalidades de automatização e de self-service existentes nos diferentes fornecedores de serviços, assim como com a normalização das operações».

Gastos a aumentar
A despesa com serviços de cloud computing no território nacional totalizou 152 milhões de euros em 2018 e as previsões da IDC Portugal apontam para que cresça a um ritmo anual médio de 19,8% e que ultrapasse 377,5 milhões de euros em 2023. O estudo revelou também que mais de 2/3 das organizações nacionais já utilizam serviços, públicos ou privados de cloud computing, que esta utilização vai continuar a crescer nos próximos anos e que metade da despesa das organizações nacionais já é canalizada para serviços de cloud. O responsável da IDC não tem dúvidas de que a procura de serviços de cloud «vai continuar a crescer no território nacional» e fala do futuro: «As nossas previsões apontam para um crescimento anual médio de 22,4% entre 2018 e 2023».

Microsoft na liderança
Os serviços Software-as-a-Service (SaaS) são dominantes no território nacional e a Microsoft lidera nesses serviços, assim como nos de Infrastructure-as-a-Service (IaaS) com uma quota de 50% em ambos. Já a AWS, que abriu escritório no ano passado em Portugal e recentemente anunciou a que o primeiro ponto de presença do serviço Amazon CloudFront localizado em Lisboa está operacional, adquiriu uma posição de liderança no mercado de Platform-as-a-Service (PaaS) com uma quota de mercado de 35%.

Cloud híbrida domina
Gabriel Coimbra esclareceu ainda qual o modelo de cloud mais usado: «Os dados recolhidos permitem-nos evidenciar que, à medida que a maturidade das organizações nacionais cresce, estas começam a selecionar os diferentes modelos consoante as diferentes necessidades (disponibilidade, escalabilidade, segurança, etc). As organizações nacionais têm vindo a privilegiar um modelo híbrido de adopção de serviços de cloud computing». O country manager referiu ainda que «para algumas das aplicações (por exemplo, correio electrónico e aplicações de produtividade pessoal), as organizações nacionais têm vindo a optar pela contratação de serviços públicos, enquanto para outras aplicações de negócio mais críticas (por exemplo, software de gestão) tem vindo a optar pela implementação de serviços privados». Mas em termos de gastos, a cloud pública continua a ser aquela em que o valor do mercado é mais relevante com gastos que ultrapassam os 110 milhões de euros.

Além disso e forma crescente, as organizações nacionais têm vindo ainda a recorrer a tipo de serviços no «modelo on-demand hosted privated cloud service e dedicated hosted cloud service».