No quarto trimestre, a empresa de distribuição, que tem cerca de 125 mil clientes em mais de cem países, conseguiu vendas de 9,37 milhões de euros. O resultado corresponde a um aumento de 4% em relação ao trimestre do ano anterior, com a Europa a representar 56% das vendas mundiais. O mercado europeu foi, assim, responsável por vendas no valor de 5,3 mil milhões de euros.
No que diz respeito ao lucro bruto, este foi de 579,2 milhões de euros, que equivaleu a um aumento 5% face a 2018. Já o lucro operacional foi de 148,2 milhões de euros, em comparação com 135,6 milhões de euros no mesmo trimestre do ano anterior, tendo a Europa contribuiu com 97,4 milhões de euros para esse resultado.
Resultados anuais
Em relação ao ano de 2019, as vendas líquidas da Tech Data foram de 33,2 mil milhões de euros, um aumento de 11% em comparação ao ano anterior. Os mercados europeus onde a empresa actua corresponderam a 54% das vendas mundiais, crescendo 10% em relação a 2018.
A receita operacional teve um crescimento de 20%, tendo atingido o valor de 440,9 milhões de euros e o lucro bruto foi de 2,1 mil milhões de euros, um aumento de 125,3 milhões de euros, ou 7% em comparação ao ano anterior. O crescimento mais assinalável foi o do lucro líquido que passou de 104,3 milhões de euros para 304,2 milhões de euros, um crescimento de 192%.
Rich Hume, director executivo da empresa, mostrou-se contente com os resultados: «Estou muito satisfeito por apresentar os nossos resultados que refletem o excelente trabalho das nossas equipas no Q4, encerrando um final de ano recorde para a Tech Data».
O mercado nacional
A nível nacional, Augusto Soveral, country manager da Tech Data Portugal, revelou à businessIT que os resultados «tem correspondido com as expectativas, em linha ou acima do crescimento do mercado». Sobre o que diferencia a empresa de outros players do mercado, o responsável esclareceu que são «o único distribuidor em Portugal com um portfólio ‘end to end’, possuindo fortes competências locais e uma capacidade ímpar de execução». O country manager destacou ainda que a aposta numa oferta diversificada tem contribuído para o sucesso da empresa: «Damos apoio aos nossos parceiros na grande maioria das tecnologias e em qualquer momento da cadeia IT, independentemente da solução em desenvolvimento. Trabalhamos com todos os fabricantes de destaque, tanto local como mundialmente».
Quanto aos objetivos para o próximo ano fiscal, o responsável disse que, estes passam «por continuar a reforçar a liderança do mercado, capitalizando na transformação digital em curso onde se encontram as maiores oportunidades de crescimento e diferenciação no sector da distribuição».
Em relação a Portugal e à pequena dimensão do mercado, Augusto Soveral é claro em indicar que isso não é um problema por dois motivos: «Por um lado, a enorme escala da Tech Data a nível mundial permite-nos partilhar grande parte dos investimentos necessários uma vez que os desafios são semelhantes na generalidade das geografias. E, por outro lado, a nossa (já) grande dimensão local permite-nos dispor da especialização necessária nas mais diferentes tecnologias bem como de uma forte capacidade de execução».
Serviços são o futuro
O mercado das TI tem evoluído num sentido de ‘tudo como serviço’, seja do software à infra-estrutura, e Augusto Soveral revela que isso tem tido impacto na área de actividade da distribuição: «O fenómeno ‘as a service’ é, sem dúvida, uma das muitas tendências em crescendo, sendo também indiscutível a rápida transformação do mercado e, naturalmente, do nosso sector». Desta forma, «é absolutamente crítico para a Tech Data manter e reforçar o posicionamento de ‘trust advisor’», salientou.
O responsável explicou a missão da empresa: «Somos um elo vital entre as tecnologias e o mercado o que nos coloca numa posição única neste ecossistema de TI. O canal de TI confia e precisa de nós para capturar oportunidades que geram crescimento e impacto. É neste sentido e com esta visão que trabalhamos».
Desafios e estratégia
A digitalização tem trazido desafios ao sector da distribuição aos quais a Tech Data não é alheia e, apesar dos bons resultados, a empresa está a atenta a estes problemas. O responsável da subsidiária portuguesa explicou que «o desafio continua a ser acompanhar a rápida evolução do mercado, em particular a transformação digital, e compreender o impacto a curto e medio prazo que este processo implica para os nossos parceiros».
Assim, a estratégia passa por «antecipar corretamente as tendências e as consequentes novas necessidades (que daqui derivam)», para «determinar as competências a desenvolver bem como os recursos e investimentos requeridos que irão dar o suporte adequado» e tornar a Tech Data num «player integrado que adiciona valor ao mercado TI».