A empresa encerrou o ano fiscal de 2018 em Portugal com vendas totais de 1,7 mil milhões de euros, um crescimento de 13% em relação ao ano anterior. Deste valor, a área de inovação é uma das mais relevantes correspondendo entre 20 a 25% do negócio.
Num encontro com jornalistas, Carlos Ribas, representante da Bosch em Portugal, revelou satisfação com os resultados atingidos já que houve «crescimento em todas as localizações».
A produção das fábricas de Aveiro, Braga e Ovar foi quase na totalidade para exportação, o executivo referiu que «cerca de 90% da produção foi destinada a mercados internacionais». A subsidiária portuguesa contratou 850 colaboradores e conta agora com cerca de 5300 pessoas a trabalhar, sendo responsável por 10% dos novos postos de trabalho criados pela Bosch a nível mundial.
Em relação a 2019, as perspectivas são de «um abrandamento do crescimento» em virtude da «estagnação económica mundial» mas mesmo assim, Carlos Ribas disse que ao nível da investigação & desenvolvimento (I&D) a empresa quer continuar a crescer e apostar nas parcerias. Em 2018, o Grupo Bosch investiu 111 milhões de euros em Portugal e espera investir pelos menos cem milhões para o ano. Para já assinaram projectos de I&D no valor cinquenta milhões que deverão estar concluídos até 2022. Além disso, a empresa pretende fortalecer as suas equipas de I&D com a contratação de cerca de 250 engenheiros este ano.
Inovação como pilar
O representante da Bosch em Portugal destacou ainda as parcerias feitas com as universidades portuguesas e os quarenta doutoramentos que estão a acontecer dentro da fábrica de Braga, fruto da parceria com a Universidade do Minho iniciada em 2013. Aqui a aposta é na mobilidade do futuro em que a colaboração entre a empresa e academia levou a criação de um dispositivo para condução autónoma de nível 5 que deverá estar em produção em 2022. Carlos Ribas explicou a importância desta inovação: «Queremos ser os primeiros a instalar um dispositivo de nível 5 no mercado». O responsável salientou ainda que, de acordo com os líderes da Bosch, «este é o projecto mais importante da empresa» e será «crucial para o sucesso» da multinacional. A iniciativa, que é portuguesa, indiana e alemã, correspondeu até ao momento a um investimento de mil milhões de euros.
Emissões zero
Javier González Pareja, presidente do Grupo Bosch em Portugal e Espanha, disse que a empresa tem como meta «atingir emissões neutras de carbono em 2020 em todas as suas instalações» e Portugal não é excepção. Para tal, a multinacional está a apostar na compra de energia ‘verde’, na instalação de painéis fotovoltaicos em todas as fábricas e em torná-las mais eficientes energeticamente, como por exemplo, com «a colocação de sensores que desligam as máquinas após um determinado tempo de inactividade». Carlos Ribas mostrou-se optimista quanto a este facto: «Não tenho dúvidas que vamos conseguir atingir emissões neutras».
