Após a compra pela Sharp, a divisão de PC da Toshiba ganhou um novo dinamismo. Para Portugal, a marca espera triplicar o negócio já em 2019.
A “vida” da Toshiba não tem sido propriamente fácil. Depois de um período turbulento, em 2018 a japonesa Sharp comprou o negócio de computadores pessoais da sua congénere, por 31,4 milhões de dólares, um negócio que acaba por dar uma nova “vida” a um mercado que a Sharp abandonou há nove anos. A empresa de Osaka ficou com uma fatia de 80,1% na unidade de PC da Toshiba tendo, na altura, assumido a intenção de manter a marca Dynabook.
A Toshiba, que lançou o primeiro computador pessoal em 1985, vendeu 17,7 milhões de PC no seu auge, há sete anos, número esse que encolheu para 1,4 milhão de unidades em 2017.
Comprada há dois anos pela Foxconn, conhecida formalmente como Hon Hai Precision Industry, a Sharp teve, em 2018, o seu primeiro lucro líquido anual em quatro anos, com ajuda, em grande parte, de cortes de custos, mas também da rede de vendas da Foxconn na China.
Investimento em recursos
Em Portugal, as mudanças já se fizerem sentir. Cláudia Gonçalves, que até agora assumia a relação com o canal, tem agora a companhia de Mário Pires, contratado pela Toshiba Client Solutions como responsável de vendas da marca para o segmento empresarial. Ou seja, o novo responsável de vendas B2B veio basicamente reforçar a equipa comercial da marca junto dos grandes clientes. Algo que, de resto, já fazia na Listopsis, onde ao longo de mais de uma década teve o papel de gestor de vendas da unidade Enterprise Systems Information (ESI).
Em Madrid, à businessIT, Emilio Dumas, director-geral de Toshiba Espanha, disse que o negócio com a Sharp teve um impacto deveras positivo na organização. «A Sharp pertence à Foxconn, um gigante tecnológico e número três do mundo, logo atrás da Apple e da Samsung. Isto abre à marca Toshiba imensas oportunidade para ter mais tipos de produtos, assim como aproveitar as sinergias do grupo».
O responsável adiantou que o portfólio de oferta, «a ser anunciado em breve» vai alargar-se. E apesar de não ter aberto muito mais o “jogo”, avançou que a Toshiba vai passar a ter soluções dedicadas, por exemplo, à educação e Administração Pública. «Houve uma altura em que este mercado em Portugal era muito importante para nós e acredito que podemos voltar a apresentar alternativas não só para a Educação mas também para a Administração Pública».
Postura atípica
Em 2018, Emilio Dumas admite que a postura da Toshiba no mercado português foi atípica: «Tínhamos poucos recursos. Mesmo com Luis Polo, director comercial para Portugal e Espanha, a ter incorporado a empresa a meio do ano, não deixou de ser complicado». Mas, e sem divulgar valores, o director-geral diz que a empresa alcançou os resultados pedidos pela casa-mãe. «Portugal continua a ser um mercado importante, até pela questão da marca, que no vosso país é muito forte. Apesar das vendas terem sido menores do que as esperadas, tivemos rentabilidade, que é o que a Toshiba pede». Para 2019, Emilio Dumas acrescenta que o objectivo é triplicar o negócio. Hoje apenas no segmento empresarial, o director-geral comunicou que ao fazerem parte de uma empresa como a Foxconn, pode ser que Portugal volte a contar com a Toshiba no segmento de consumo.